Oito alegados membros de gangue são linchados após ataque a hospital no Haiti

por Lusa

Pelo menos oito alegados membros de gangue que, na segunda-feira, atacou o Hospital Universitário de Mirebalais, no Haiti, foram linchados na terça-feira por habitantes dessa cidade e da cidade vizinha de Saut d`Eau.

Depois do ataque ao hospital localizado 40 quilómetros a nordeste da capital haitiana, Porto Príncipe, com os buracos nas paredes a testemunharem o disparo de balas de armas automáticas, habitantes das cidades de Mirebalais e Saut d`Eau agrediram oito desses alegados atacantes e procuram outros alegados elementos do grupo agressor, munidos de paus e facas.

Mais de 250 possíveis membros de grupos armados foram mortos no Haiti desde abril, no âmbito do movimento Bwa Kale, lançado pelas populações de várias partes do país localizado na ilha de Hispaniola, nas Caraíbas, para combaterem as ações dos gangues nas suas comunidades.

O ataque ao Hospital Universitário de Mirebalais aconteceu dias depois de os principais gangues do país terem anunciado uma trégua, com o G9, liderado por Jimmy Chérizier, e o G-Pep, encabeçado por Gabriel Jean-Pierre, a alegarem a sua fusão numa associação denoninada Viver Ensemble (Viver Juntos, na tradução portuguesa).

Num documento publicado na semana passada, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas alertou que, na sequência da trégua acordada em julho, até agora mantida, os gangues estão a "aproveitar o período de calma para concentrarem esforços na expansão do seu controlo para áreas onde ainda não têm influência".

O órgão das Nações Unidas admite também que a dinâmica atual dos gangues está "parcialmente relacionada com o progresso nas negociações sobre o envio de uma força multinacional para apoio à segurança" do país.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, pediu ao Conselho de Segurança da ONU que autorize o envio de uma força multinacional para o Haiti, como apoio à polícia na luta contra os grupos armados.

Pelo menos 3.494 pessoas foram vítimas de assassínios, ferimentos e sequestros relacionados com gangues no Haiti durante os primeiros seis meses do ano, divulgou no final de agosto a Unidade de Direitos Humanos do Gabinete Integrado da ONU no Haiti (BINUH).

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