OLP pede rapidez na reconciliação entre Fatah e Hamas
Ramallah, 16 nov (Lusa) - A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) apelou terça-feira ao aceleramento da reconciliação entre os grupos rivais Fatah e Hamas, que se reúnem em 25 de novembro no Egito.
Em comunicado, citado pela agência AFP, o Comité Executivo da OLP reitera "a importância da realização de verdadeiros progressos para a reconciliação e o avanço da organização de eleições gerais - presidenciais, legislativas e do Conselho Nacional Palestiniano".
A AFP, um membro do Comité Central do Fatah, grupo nacionalista palestiniano, disse que a reunião prevista entre o líder Mahmoud Abbas e Khaled Mechaal, chefe do grupo fundamentalista islâmico palestiniano Hamas, terá lugar a 25 de novembro na capital egípcia, Cairo.
No comunicado, a OLP apela "a uma visão política global para fazer face às dificuldades e aos desafios futuros" e estima que "o fim da divisão palestiniana contribuirá para anular o pretexto usado por certas partes no Conselho de Segurança para duvidar da capacidade da Palestina se tornar membro" de pleno direito da ONU.
A Organização para a Libertação da Palestina comemorou na terça-feira o aniversário da declaração de independência de 15 de novembro de 1988, "que levou ao reconhecimento internacional da Palestina e do seu direito à independência".
Na nota, condena "categoricamente" Israel pelos "projetos e atividades de colonização em Jerusalém e Cisjordânia", por "partir a unidade dos territórios palestinianos e impedir a instauração de um Estado independente e contínuo sobre as fronteiras de 1967".
O Ministério israelita da Habitação anunciou também na terça-feira a construção de mais de 800 casas em dois colonatos na Jerusalém-Leste ocupada e anexada.
O Fatah, que controla as zonas autónomas da Cisjordânia, e o Hamas concluíram, a 27 de abril, um acordo, rubricado a 03 de maio pelo conjunto dos movimentos palestinianos, que prevê a formação de um governo dentro de um ano para preparar as eleições gerais.
O acordo, que não foi aplicado até à data, esbarra na formação de um governo de independentes, em particular na escolha do primeiro-ministro.
As discussões foram suspensas com o pedido de adesão à ONU do Estado da Palestina, apresentado a 23 de setembro por Mahmoud Abbas, uma iniciativa criticada pelo Hamas, que alega não ter sido consultado.
A Palestina, sobre cuja adesão à ONU o Conselho de Segurança não chegou a acordo e os Estados Unidos se manifestaram antecipadamente contra, já é membro de pleno direito da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
ER.