A organização Médicos Sem Fronteiras, que colabora com a ONG alemã Sea Watch em operações de resgate de migrantes no Mediterrâneo central, pediu a Itália para libertar o navio `Sea Watch 4`, arrestado judicialmente por "irregularidades".
Segundo explica a Médicos Sem Fronteiros (MSF), em comunicado hoje divulgado, as autoridades italianas arrestaram o `Sea Watch 4` em 19 de setembro devido a "22 alegadas irregularidades, que incluem salvar pessoas sistematicamente e ter muitos coletes salva-vidas a bordo" e garantiu que "17 das 22 irregularidades detetadas já foram resolvidas".
A organização humanitária denuncia que "esta é a quinta vez, em cinco meses, que uma inspeção feita num porto italiano impede um navio de resgate de uma organização não humanitária (ONG) de regressar à área onde acontece a maioria dos naufrágios".
A MSF lembra ainda que outros navios humanitários como o `Ocean Viking`, o `Sea Watch 3`, o `Alan Kurdi` e o espanhol `Aita Mari` "foram imobilizados" noutras ocasiões para serem inspecionados, denunciando que esta medida se tornou uma forma de bloquear os esforços de procura e resgate de ONG.
"A diminuição da capacidade de procura e resgate [de imigrantes] já está a ceifar vidas na fronteira marítima mais mortífera do mundo. Desde o arresto do `Sea Watch 4`, pelo menos 69 pessoas morreram na costa da Líbia em dois naufrágios confirmados", acrescenta.
Atualmente, não há barcos humanitários para resgate de migrantes no Mediterrâneo central, mas continuam a chegar, todas as semanas, dezenas de barcaças com migrantes à costa italiana.
