ONU alerta para proliferação de crime digital no enclave de Oecussi, em Timor-Leste

O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) alertou esta quinta-feira para a proliferação de redes criminosas no enclave de Oecussi, em Timor-Leste, salientando que as recentes investigação mostram uma contaminação da região.

Lusa /
Yasuyoshi Chiba - AFP

"A região administrativa especial de Oecussi parece já ter sido alvo de redes criminosas", lê-se num relatório sobre Timor-Leste, no qual se dá conta que existem todos os indícios de atividade criminosa digital nesta zona, incluindo a atuação de pessoas que já foram condenadas por crimes similares noutros países asiáticos.

No relatório, a ONU afirma que "os criminosos estão a explorar os programas de cidadania por investimento para obter vários passaportes, utilizando-os para facilitar as suas operações e fugir às autoridades" e acrescenta que "esta atividade é ainda mais facilitada pela obtenção fraudulenta de passaportes".

Lembrando a recente investigação das autoridades que resultou na detenção de 10 pessoas por suspeita de envolvimento em atividade de exploração de jogos ilícitos e de burla informática no enclave de Oecussi, a UNODC aponta que "os indivíduos associados aos casos de Timor-Leste possuem vários passaportes e entram deliberadamente no país utilizando documentos emitidos por Estados que não são da sua nacionalidade real", o que dificulta o controlo dos movimentos e facilita a fuga à deportação em caso de detenção.

"A expansão da indústria de centros de fraude do Sudeste Asiático para Timor-Leste é um sinal do seu crescimento geral", dizem os peritos, salientando que o caso de Timor-Leste tem "semelhanças gritantes" com outros centros problemáticos de jogo digital ilegal como Macau, Camboja, Laos, Filipinas ou Malásia.

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