ONU apela aos países ricos para que lutem contra a desertificação
As Nações Unidas apelaram hoje aos países mais ricos para que se apressem a desembolsar fundos para lutar contra a desertificação, fenómeno que vai trazer graves consequências ao Planeta se não forem tomadas medidas urgentes.
O alerta partiu do secretário-executivo da Convenção da ONU contra a De sertificação, Hama Diallo, que hoje inaugurou a quinta sessão do Comité de Exame da Aplicação da Convenção, que decorre até 21 de Março, em Buenos Aires, para r ever as medidas aplicadas a nível nacional e regional e elaborar recomendações p ara a Conferência das Partes, que tem lugar em Setembro, em Madrid.
De acordo com Hama Diallo, os Estados Unidos, a União Europeia, o Japão e diversas entidades de crédito deram informações sobre apoio técnico e finance iro para a aplicação da Convenção, que entrou em vigor em 1996 com a assinatura de 191 países.
O responsável das Nações Unidas afirmou que a ajuda aos países mais pob res está, porém, a ser "demasiado lenta", porque durante 30 anos os países desen volvidos consideraram que a desertificação era um problema local, criado por con dições geográficas locais, quando é uma consequência da acção humana.
"Se não se faz nada para lutar contra a desertificação, a terra degrada -se e a fertilidade dos solos diminuirá, afectando negativamente a produção agrí cola e agravando a fome", sublinhou Hama Diallo.
Desde 1990, que dez milhões de hectares de terra produtiva se perdem a cada ano devido à degradação do solo e estima-se que a desertificação pode obrig ar à deslocação de 135 milhões de pessoas em todo o mundo, os denominados "refug iados meio-ambientais ou ecológicos".
O responsável da ONU destacou ainda que a desertificação não é uma excl usividade das nações em vias de desenvolvimento, pois a Espanha é um dos países mais afectados pelas secas.