ONU na Líbia pede "cessação imediata das hostilidades"

por Lusa

A missão especial das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL) apelou hoje à "cessação imediata das hostilidades" entre milícias rivais em bairros residenciais na capital, que provocaram pelo menos sete mortos e 31 feridos desde a noite de sexta-feira.

"As Nações Unidas na Líbia estão profundamente preocupadas com os confrontos armados em curso, incluindo os bombardeamentos indiscriminados médios e pesados, em bairros de população civil em Tripoli, que alegadamente estão a causar vítimas civis e danos a instalações civis, incluindo hospitais", afirmou a organização, em comunicado.

Os confrontos entre as forças de Haitham Tajouri, que apoiam o executivo de Fathi Bashagha - sedeado em Sirte -, e as de Imad Trabelsi, em defesa do chefe do Governo de Unidade Nacional (GUN), Abdulhamid Dbeiba - radicado em Tripoli -, desencadeou um novo episódio violento na noite passada, que incluiu os disparos de projéteis em áreas povoadas.

"É imperativo que todas as partes se abstenham de usar qualquer forma de discurso de ódio e incitamento à violência", acrescentou a UNSMIL.

As autoridades líbias pediram à população para que não saia de casa, devido aos fortes combates com armas pesadas que se estão a espalhar em bairros residenciais entre grupos armados, em apoio a cada um dos governos paralelos que escolhem o poder na Líbia.

Fontes médicas anunciaram a morte do comediante líbio Mustafa Baraka, conhecido nas redes sociais, como resultado de confrontos durante uma transmissão ao vivo.

O presidente da cidade, Ibrahim Al Shibl, denunciou uma situação "trágica" em vários bairros - especialmente em Bab Bin Ghashir, Jamhouria, Zawiya e Nasir, epicentros dos combates desta manhã - enquanto o Serviço de Ambulâncias e Emergências da Líbia pediu uma trégua para abrir corredores seguros na capital, refere a Europa Press.

Num comunicado divulgado pelo portal do Observador da Líbia, o Governo de Unidade Nacional lamentou todos os combates e confirmou o "fracasso das negociações de paz" com o governo paralelo de Bashaga depois de acusar este último de "optar pela violência".

De igual modo, o governo de unidade líbio alertou para o aparecimento de "concentrações militares" desde a zona costeira a leste de Trípoli "para desestabilizar a segurança da cidade, numa tentativa miserável de ampliar o círculo de agressão contra a capital".

O Governo no poder em Tripoli foi formado no início de 2020, num processo acompanhado pela ONU, com a missão principal de organizar eleições em dezembro passado, mas que têm sido consecutivamente adiadas devido às fortes divergências.

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