ONU prevê explosão demográfica nas próximas décadas

O aumento da esperança de vida vai provocar no mundo uma explosão demográfica nas próximas décadas que afectará o desenvolvimento económico e exercerá uma forte pressão sobre os recursos do planeta, segundo a ONU.

Agência LUSA /

Hoje comemora-se o Dia da Terra, uma celebração adoptada mundialmente em 1990.

Segundo dados da divisão da população do Departamento de Assuntos Sociais e Económicos da Organização das Nações Unidas, a população mundial passará dos actuais 6.700 milhões para 9.200 milhões em meados do século XXI.

Este crescimento equivale ao tamanho da população do mundo em 1950 e será absorvido pelos países em desenvolvimento, cuja demografia deverá aumentar dos 5.400 milhões, em 2007, para 7.900 milhões em 2050.

O aumento da esperança de vida resultante da melhoria nos cuidados de saúde e de uma melhor nutrição é a causa principal desta explosão demográfica.

Como resultado, segundo dados da ONU, a população idosa deverá triplicar passando dos actuais 673 milhões para 1.000 milhões, em 2020, alcançando 2.000 milhões em meados do século.

Nas regiões industrializadas, a população que supera os 60 anos representa actualmente 20 por cento e a previsão é que aumente para 22 por cento, em 2050.

No mundo em desenvolvimento, a população com mais de 60 anos deverá ser o dobro, passando dos 245 milhões, em 2005, para 406 milhões, em 2050, enquanto a população menor de 60 anos deverá descer de 971 milhões para 839 milhões.

A média de esperança de vida situava-se nos 47 anos, em 1950, e actualmente situa-se nos 65 anos e prevê-se que atinja os 75 anos em meados do século, momento em que haverá uma disparidade entre os países ricos (82 anos de expectativa) e os pobres (74 anos).

O envelhecimento da população está a produzir-se em paralelo com a descida da taxa de natalidade que devera continuar a baixar.

Por outro lado, a taxa de fecundidade no mundo em desenvolvimento diminuirá dos actuais 2,75 para os 2,05 por mulher, prevendo-se que, em 2050, existam 1.800 milhões de crianças menores de 15 anos.

Em contraste, a população nas regiões industrializadas permanecerá sem grandes alterações e representará só 1.200 milhões da população mundial, em 2050.

Muitos peritos advertem para o esgotamento dos recursos naturais, uma vez que o ser humano consume cerca de 35 por cento dos totais, assim como efeitos no desenvolvimento económico.

Outro dos efeitos do envelhecimento da população será a escassez de mão-de-obra.


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