ONU prolonga mandato de missão por dois meses

O Conselho de Segurança da ONU prolongou o mandato da missão em Timor-Leste por dois meses, apoiando assim totalmente a força de paz liderada pela Austrália para pôr fim à violência neste país.

Agência LUSA /

Numa votação por unanimidade, os 15 membros do Conselho manifestaram a sua "grande inquietação" face à situação explosiva que reina em Timor-Leste e apelaram às partes em conflito "para não fazerem uso da violência e participarem no processo democrático".

O mandato da missão de observação política da ONU, Missão da ONU em Timor-Leste (UNOTIL), agora prolongado até 20 de Agosto, já havia sido prorrogado por um mês a 19 de Maio.

O Conselho apoia um pedido do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, feito a Louise Arbour, Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, para abrir um inquérito independente sobre a recente vaga de violência ocorrida no país.

Pede também aos eventuais países doadores que "respondam urgentemente e de forma positiva" ao apelo da ONU para uma ajuda humanitária a Timor-Leste.

Dois mil soldados e polícias da Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal foram enviados depois de 25 de Maio para Timor- Leste para restabelecer a ordem depois dos violentos incidentes que se seguiram a uma decisão tomada em Abril pelo primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, de afastar 600 militares, ou seja quase metade do Exército.

O despedimento de cerca de 600 militares que se queixaram de alegada discriminação étnica por parte da hierarquia das forças armadas e cujo protesto, em finais de Abril, em Díli, terminou com uma intervenção do exército.

Na repressão da manifestação foram mortas cinco pessoas, segundo o governo, mas os ex-militares e outros elementos das forças armadas que entretanto abandonaram a instituição afirmam que morreram cerca de 60 timorenses.

Desde então, mais de duas dezenas de pessoas foram mortas em confrontos entre grupos rivais, incluindo dez polícias timorenses abatidos por soldados, a 25 de Maio, durante um ataque ao seu quartel, na capital timorense.

A onda de violência nas últimas semanas provocou cerca de 130 mil deslocados que, segundo o governo timorense e as Nações Unidas, se encontram em diversos campos de acolhimento, sobretudo na zona de Díli.


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