Onze mortos na Guiné-Conacri em confrontos entre comunidades

por Lusa
Cenários de violência são frequentes na Guiné Conacri Reuters

Onze pessoas foram mortas e várias outras ficaram feridas este fim de semana numa cidade do sul da Guiné-Conacri, país mergulhado numa onda de violência intercomunitária, de acordo com as autoridades.

"Entre sábado e domingo, 11 corpos registados na morgue do hospital" na cidade de Macenta, no sul do país, disse o governador da região, Mohamed Gharé, à agência de notícias France-Presse (AFP), sem dar mais pormenores.

O anterior balanço apontava para seis mortos, após incidentes entre as comunidades Tomas, sobretudo animistas, e Tomas Mania, principalmente muçulmanos.

Dos confrontos resultaram pelo menos 40 feridos, entre eles soldados, com ferimentos provocados por armas de caça, adiantou o diretor do hospital de Macenta.

"É muito difícil identificar os corpos, porque todos, ou quase todos, sofreram cortes provocados por catanas ou os crânios foram esmagados por pedras", acrescentou.

Os reforços militares chegaram no sábado, enviados pelas cidades vizinhas de Gueckédou e Nzérékoré.

Na base dos confrontos está o projeto para construir uma nova residência para o patriarca dos Tomas e a sua entronização em Macenta, à qual os Tomas Mania se opõem.

Os Tomas e os Tomas Mania, que convivem naquele território há vários séculos, "disputam frequentemente a paternidade da cidade e cada um proclama alto e bom som que foi a primeira comunidade a estabelecer-se no local", explicou à AFP um responsável administrativo que pediu para não ser identificado.

A violência entre as duas comunidades é regular e, nos últimos anos, tem sido frequentemente causada por questões de território.
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