Operação rebelde sublinha "urgência e importância da missão conjunta da ONU e UE" - Responsável português

N`Djamena, 31 Jan (Lusa) - O responsável pela missão das Nações Unidas no Chade e República Centro-Africana, Victor Ângelo, considerou hoje a operação rebelde no Chade mais uma confirmação da "urgência e importância da missão conjunta da ONU e UE".

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Em declarações à agência Lusa, o funcionário português, nomeado terça-feira representante da ONU para o Chade e República Centro-Africana, considerou a "situação preocupante".

Trata-se da "primeira vez que rebeldes se unem numa operação deste tipo", afirmou.

A manobra é confirmação "da urgência e importância da Missão conjunta das Nações Unidas e da União Europeia", frisou.

É também uma demonstração "da urgência de um acordo de boa vizinhança entre o Sudão e o Chade", considerou.

De acordo com a Rádio France Internacional (RFI), um comunicado do governo do Chade refere que rebeldes "apoiados pelo Sudão se dirigem hoje para a capital", N`Djamena.

Fonte próxima da segurança chadiana disse que, a coluna rebelde, constituída por cerca de 300 veículos, encontra-se a 250 quilómetros a leste da capital, tendo sido travada pelo avanço, no sentido oposto, de um destacamento do exército do Chade.

Horas antes, o porta-voz dos rebeldes afirmou que uma coluna de veículos de rebeldes chadianos, que se encontrava hoje de manhã a cerca de 400 quilómetros a leste da capital, se dirigia para N`Djamena.

"Partimos dos arredores de Ati às 08:00 (07:00 em Lisboa) e dirigimo-nos para N`Djamena", adiantou Abderaman Koulamallah, contactado por telefone satélite a partir de Libreville, Gabão.

Koulamalah escusou-se, por "motivos estratégicos", a especificar o objectivo dos rebeldes.

"Até ao momento não houve combates terrestres" com as tropas governamentais, adiantou.

De acordo com as mesmas fontes, os rebeldes, que estão pela primeira vez unidos numa manobra deste tipo, e cujo número exacto não é conhecido, avançaram durante a tarde a partir de Oum Hadjer, cidade da região de Batha, a 150 quilómetros a leste de Ati.

A nova missão chefiada por Victor Ângelo "está ainda em formação, e é complementar das outras missões da ONU em Darfur", passando a "fazer a intervenção em relação a Darfur, mas do lado da fronteira chadiana e da Republica Centro-Africana", disse quarta-feira à Lusa.

O responsável português sublinhou o carácter "excepcional" da resolução única do Conselho de Segurança que aprovou a missão da ONU e a missão militar da UE.

A missão da ONU fica com a responsabilidade pela parte da polícia, política e humanitária, enquanto a questão militar ficará a cargo da UE.

MV.

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