Oposição pede responsabilização de Bolsonaro e demais acusados por crimes na pandemia

por Lusa

A oposição ao Governo brasileiro pediu hoje a responsabilização do Presidente do país, Jair Bolsonaro, e dos demais acusados por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de terem cometido vários crimes na gestão da pandemia.

"Que Bolsonaro, seus filhos delinquentes e todos os bandidos responsáveis pelo extermínio de mais de 600 mil brasileiros paguem pelos seus crimes na cadeia", escreveu o deputado federal Marcelo Freixo (Partido Socialista Brasileiro), na rede social Twitter.

"O relatório da CPI precisa ser o marco da união de todos brasileiros que defendem a vida e querem um Governo que cuide das pessoas. Tenho a certeza de que a maioria do nosso povo, apesar das diferenças ideológicas, não quer um criminoso na Presidência", acrescentou Freixo.

Já a deputada federal Sâmia Bonfim, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), afirmou que o "relatório da CPI é taxativo", provando que Jair Bolsonaro "agiu contra a saúde pública e, deliberadamente, atuou para agravar a pandemia no Brasil".

Nesse sentido, a parlamentar pede que a "investigação prossiga" e que o chefe de Estado "pague pelos crimes que cometeu contra o povo. O seu lugar na história já está reservado: genocida", escreveu nas redes sociais.

A CPI da pandemia, que ao longo de seis meses investigou alegadas falhas e omissões do Governo brasileiro na gestão da covid-19, apresentou hoje o seu relatório final, em que pediu o indiciamento de Jair Bolsonaro por nove crimes, assim como de outras pessoas, incluindo ministros e três filhos do chefe de Estado.

A Bolsonaro foram atribuídos os crimes de prevaricação; charlatanismo; epidemia com resultado morte; infração a medidas sanitárias preventivas; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade.

Na véspera da apresentação do texto, foram retiradas as acusações relativas aos crimes de homicídio qualificado e genocídio contra indígenas. As propostas não receberam apoio de outros membros do comando da comissão e havia dúvidas quanto à caracterização das condutas.

"A CPI da covid escancarou os crimes do Governo Bolsonaro contra a saúde do povo na pandemia. E o trabalho não acaba agora, as investigações vão continuar em nome das mais de 600 mil vítima, dos familiares que sofreram e de milhares de pessoas que ficaram com sequelas. (...) A CPI da covid provou que Bolsonaro agiu a favor do vírus, não do povo", indicou a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann.

"O mundo vai saber. A imprensa internacional está repercutindo o relatório da CPI da covid, que pede o indiciamento de Bolsonaro por seus crimes. O planeta vai saber quem realmente é Jair Bolsonaro", escreveu, por sua vez, o deputado Paulo Pimenta, do PT, nas redes sociais.

Já Ciro Gomes, que disputou a eleição presidencial de 2018 contra Jair Bolsonaro e que deverá concorrer novamente em 2022, pediu a destituição imediata do atual mandatário.

"Quem não tiver compromisso com o Brasil faça de conta que é melhor deixar Bolsonaro sangrando. Quem está sangrando não é Bolsonaro. Quem está sangrando é o país. Por isso precisamos acordar e exigir `impeachment` já, antes que seja tarde demais", apelou.

O documento apresentado hoje pela CPI deverá ser votado na próxima semana.

Face às acusações contra si, Bolsonaro garantiu que ele e o seu Governo não têm culpa de "absolutamente nada" em relação ao agravamento da pandemia no país, que já matou mais de 603.855 mil brasileiros e infetou outros 21,6 milhões.

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