Opositor à junta militar na Guiné-Conacri condenado a dois anos de prisão
O Tribunal de Recurso na Guiné-Conacri condenou hoje a dois anos de prisão o presidente de um partido da oposição por insultar e difamar o chefe da junta militar, disse um dos advogados de defesa.
Aliou Bah, presidente do Movimento Liberal Democrático, está detido desde dezembro de 2024. Em janeiro, já tinha sido condenado em primeira instância à mesma pena de dois anos de prisão por ofensa e difamação contra o general Mamadi Doumbouya.
Na audiência de recurso de 22 de abril, o procurador pediu uma pena de cinco anos, considerando que a pena pronunciada em primeira instância era "excessivamente irrisória". Na abertura do julgamento do recurso, no final de março, Bah voltou a declarar-se inocente.
De acordo com a defesa, Bah é acusado de ter, durante reuniões, "apelado aos líderes religiosos para quebrarem o silêncio" sobre a situação no país e de ter qualificado de incompetente o órgão dirigente da junta militar.
"A sentença do tribunal de primeira instância foi confirmada" hoje pelo Tribunal de Recurso, que condenou o líder da oposição a dois anos de prisão, disse o advogado Hady Galissa à agência de notícias France-Presse (AFP), sem confirmar se será interposto um recurso ao Supremo Tribunal de Justiça.
A condenação de Aliou Bah surge num clima de tensão, marcado pelo desaparecimento de vários opositores ao regime militar e por fortes restrições às liberdades neste país da África Ocidental.
As manifestações são regularmente proibidas pelos militares e vários meios de comunicação social do país foram encerrados.
O general Doumbouya tomou o poder pela força em setembro de 2021, depois de ter derrubado o Presidente, Alpha Condé, um civil que estava no poder há mais de dez anos.