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Orbán conquista quarto mandato como primeiro-ministro na Hungria
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, declarou vitória nas eleições nacionais, conquistando um quarto mandato como primeiro-ministro. O partido da direita nacionalista Fidesz obteve 53,1 por cento dos votos, com 98 por cento da contagem completa.
“Foi uma vitória tão grande que podem vê-la da Lua e certamente podem vê-la de Bruxelas”, disse Orbán, num discurso de dez minutos perante funcionários e apoiantes do Fidesz, num evento da noite eleitoral do partido, em Budapeste.
No seu discurso de vitória, Orbán criticou Bruxelas, mas também o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamando ambos de “oponentes”.
A Hungria faz fronteira com a Ucrânia e já recebe mais de meio milhão de refugiados que fogem da guerra. Orbán diz que, ajudando as pessoas, mas recusando dar armas à Ucrânia, mantém a Hungria fora da guerra.
A oposição reclamou que o Fidesz havia isolado a Hungria do mainstream europeu e da democracia, justiça e decência consensuais.
No discurso de vitória na última noite, Órban respondeu e deu o mote. “Estamos enviando à Europa uma mensagem de que isso não é o passado – é o futuro.”
Alvo de críticas do presidente ucraniano, que o tem desafiado pela relutância em condenar pessoalmente o aliado Vladimir Putin pela invasão da Ucrânia, Orbán retorquiu.
Orbán, que tem uma relação próxima com o líder russo – encontrou-se com ele 12 vezes-, reformulou sua campanha eleitoral após a eclosão da guerra a 24 de fevereiro para posicionar o Fidesz como o partido da “paz”, prometendo ficar fora de um conflito que ele insistiu que nada tinha a ver com a Hungria.
Orbán argumenta que reduzir a dependência energética da Rússia – que fornece cerca de 90 por cento de seu gás e 65 por cento do petróleo – destruiria a economia da Hungria.
Derrota e manipulação
Aproximadamente 8,2 milhões de húngaros foram chamados às assembleias de voto.Admitindo a derrota, Márki-Zay disse estar “devastado” e atribuiu sua escala da derrota aos métodos de manipulação de Fidesz e outras mudanças no sistema de votação durante o mandato.“Não quero esconder minha deceção e minha tristeza. Nunca esperávamos que esse fosse o resultado”, disse ele.
“Sabíamos de antemão que essa seria uma luta desequilibrada. Sim, eles também foram enganados. Mas também dissemos isso, já que não há democracia na Hungria e eles mudaram todo o sistema, os distritos”. Márki-Zay reclamou por ter recebido apenas cinco minutos de transmissão na televisão pública.
A oposição considerou ter havido uma possível fraude eleitoral. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) enviou uma equipa de 200 observadores eleitorais.