Organização regional exige que Venezuela proteja dissidente em risco de morte
A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) exigiu que a Venezuela proteja o dissidente Noel Vidal Álvarez Camargo, porque considera que corre risco de vida, após ter sido detido em janeiro.
Num comunicado divulgado na quarta-feira, a CIDH alertou que Camargo "se encontra em uma situação de gravidade e urgência, uma vez que os seus direitos à vida e à integridade pessoal correm o risco de sofrer danos irreparáveis".
A CIDH sublinhou que, Camargo, de 65 anos, foi coordenador do partido político Gente e liderou a plataforma política Comando Com a Venezuela, que apoiou a líder da oposição María Corina Machado na campanha para as presidenciais de 2024.
Camargo terá sido detido em 10 de janeiro por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, os serviços de informações do regime do Presidente Nicolás Maduro.
"O seu paradeiro era inicialmente desconhecido, após a sua detenção e, embora tenha podido receber visitas posteriormente, está detido em regime de incomunicabilidade desde 11 de março", explicou a CIDH.
A comissão lamentou "uma deterioração progressiva do seu estado de saúde", "a falta de informações por parte das autoridades sobre o seu estado atual e sobre se está a receber [ou não] cuidados médicos".
"O Estado (venezuelano) não forneceu informações à CIDH", sublinhou.
A comissão exigiu ao Estado da Venezuela que adote as medidas necessárias para proteger os direitos à vida, à integridade pessoal e à saúde de Camargo e que garanta que as condições de detenção do dissidente respeitem as normas internacionais.