Órgão de controlo recomenda que Bolsonaro devolva presentes que recebeu de governos árabes

por Lusa

Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), órgão responsável pelo controlo do executivo brasileiro, recomendaram que o ex-presidente Jair Bolsonaro devolva os presentes que recebeu de governos árabes ao acervo da Presidência.

Os auditores do TCU analisaram o caso a partir de um pedido apresentado pela deputada federal Luciene Cavalcante, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que apontou irregularidade no destino dado aos presentes oferecidos por representantes dos governos da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes a Bolsonaro.

O caso tornou-se público depois dos `media` locais divulgarem informações sobre conjuntos de joias, relógios de luxo e armas de fogo que Bolsonaro recebeu quando era chefe de Estado e guardou para si como acervo privado ao deixar o Governo.

Segundo o relatório do TCU obtido pelo jornal O Globo, "constatou-se que os itens apreendidos pela Receita Federal [um conjunto de joias dado a ex-primeira dama Michele Bolsonaro] são, na realidade, bens públicos da União, ainda que pendentes da devida incorporação pela Presidência da República".

"Verificou-se que os bens entregues pelo ex-Presidente da República à Caixa Económica Federal, por força de medida cautelar adotada por esse tribunal, revestem-se de características que os tornam bens públicos (...) razão pela qual sua destinação ao acervo documental privado do ex-presidente da República, sr. Jair Messias Bolsonaro, deve ser revista", acrescentou o órgão de controlo.

O TCU pediu que Bolsonaro entregue os presentes guardados no banco Caixa Económica Federal em 15 dias.

Sobre um fuzil e uma pistola que o ex-presidente recebeu de membros do Governo dos Emirados Árabes, o relatório do TCU propõe que as armas sejam entregues pela Polícia Federal à Presidência.

Os auditores do TCU contrariaram a versão apresentada pela defesa de Bolsonaro que alegou que as joias, armas e itens de luxo seriam itens personalíssimos e aponta que "a irregularidade, na verdade, consubstancia-se no desvio de bens que deveriam ingressar no património da União".

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