O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador aprovou a candidatura do jornalista Christian Zurita às eleições presidenciais de domingo, em substituição do ex-deputado Fernando Villavicencio, assassinado na semana passada.
O plenário da CNE aceitou a candidatura em nome do Movimento Construye, após verificar que Zurita cumpria todos os requisitos e após rejeitar uma impugnação apresentada pelo partido Revolução Cidadã, ligado ao ex-Presidente Rafael Correa (2007-2017).
A queixa alegava que Zurita era filiado num outro partido político, o Renovación Total (Reto), de centro-direita, uma inscrição que a CNE declarou inválida ao verificar que tinha sido feita com uma assinatura diferente da do jornalista.
A candidatura de Zurita foi aprovada pouco mais de um dia do fim da campanha e poucas horas depois do início da votação para as eleições presidenciais e legislativas extraordinárias, especificamente para as pessoas detidas nas prisões do Equador.
Mesmo que os votos sejam atribuídos a Zurita, de 53 anos, a foto do jornalista e ex-deputado Fernando Villavicencio continuará a aparecer nos boletins, já que todos foram impressas antes do assassínio.
O atentado contra Villavicencio ocorreu num comício realizado a 9 de agosto numa zona central e movimentada de Quito, onde um atirador desconhecido disparou contra o candidato presidencial do Equador.
Inicialmente, o Movimento Construye lançou como candidata Andrea González -- que era a vice-presidente de Villavicencio nestas eleições -, mas o receio de uma possível rejeição por parte do CNE levou o partido a escolher Zurita.
O Movimento Construye e o próprio Zurita acusaram o organismo eleitoral de morosidade, sublinhando que o partido acabou por não poder participar num debate televisivo realizado no domingo à noite.