Mundo
Países Baixos. Jornalista de investigação morre após ser baleado na cabeça
O jornalista de investigação holandês Peter de Vries, que no início deste mês foi baleado na cabeça no centro de Amsterdão, acabou por morrer esta quinta-feira, no hospital onde se encontrava em estado crítico. O principal suspeito é um homem ligado a Ridouan Taghi, conhecido como o criminoso mais procurado dos Países Baixos.
“O Peter lutou até ao fim, mas não conseguiu vencer a batalha”, lê-se num comunicado lançado pela família do jornalista de 64 anos. “Morreu rodeado de pessoas que o amam”.
“Estamos orgulhosos dele para lá do que as palavras conseguem descrever e, ao mesmo tempo, estamos inconsoláveis. A sua família, parceira e entes queridos querem processar a sua morte em paz e apelam a que todos respeitem isso”, avança a nota.
De Vries, conhecido por investigações ao crime organizado, foi baleado cinco vezes, uma delas na cabeça, a 6 de julho, quando estava a caminho de um parque de estacionamento perto de uma estação de televisão holandesa.
Pouco depois do crime, foram detidos dois suspeitos: Delano G., um holandês de 21 anos que terá disparado a arma, e Kamil E., um polaco de 35 anos que terá conduzido o carro no momento da fuga, após o tiroteio.
O jornalista tornou-se uma celebridade nos Países Baixos depois de, em 1983, ter investigado o rapto do milionário Freddy Heineken, que dá o nome à marca de cerveja. De Vries teve, durante 17 anos, o seu próprio programa de televisão, no qual trabalhava em conjunto com as famílias de vítimas cujos casos ficaram por resolver pelas autoridades. No passado, o jornalista tinha já recebido proteção policial após ameaças de morte.
Desde 2020, De Vries trabalhava como conselheiro da principal testemunha de acusação contra Ridouan Taghi, conhecido como o criminoso mais procurado do país.
Há dois anos, o advogado dessa mesma testemunha foi também baleado na cabeça, pouco depois de sair da casa do cliente, em Amsterdão. Na altura, o primeiro-ministro holandês descreveu o assassinato como “incrivelmente perturbador”.
Alguns meios de comunicação holandeses estão a avançar que o suspeito de ter atirado contra o jornalista este mês é sobrinho de um dos homens que trabalham para Ridouan Taghi. Já o segundo suspeito, que terá conduzido o carro após os disparos, é procurado na Polónia pelo crime de roubo, segundo a imprensa polaca.
“Um crime contra o jornalismo”
Na semana passada, vários líderes europeus condenaram a tentativa de homicídio, exigindo que os responsáveis enfrentassem a Justiça. “Este é um crime contra o jornalismo e um ataque aos nossos valores de democracia e de Estado de Direito”, declarou Charles Michel, presidente do Conselho Europeu.
Também o rei holandês, Willem-Alexander, e a sua mulher, Máxima, expressaram o choque com o qual receberam a notícia do ataque. “Os jornalistas têm de poder fazer o seu importante trabalho livremente e sem o risco de ameaças”, referia o comunicado do palácio real.
Os jornalistas, especialmente os de investigação, têm sido alvo de vários ataques nos últimos anos. Só em 2020, segundo a Federação Internacional de Jornalistas, 65 profissionais foram mortos em serviço por todo o mundo, mais 17 do que no ano anterior.
“Estamos orgulhosos dele para lá do que as palavras conseguem descrever e, ao mesmo tempo, estamos inconsoláveis. A sua família, parceira e entes queridos querem processar a sua morte em paz e apelam a que todos respeitem isso”, avança a nota.
De Vries, conhecido por investigações ao crime organizado, foi baleado cinco vezes, uma delas na cabeça, a 6 de julho, quando estava a caminho de um parque de estacionamento perto de uma estação de televisão holandesa.
Pouco depois do crime, foram detidos dois suspeitos: Delano G., um holandês de 21 anos que terá disparado a arma, e Kamil E., um polaco de 35 anos que terá conduzido o carro no momento da fuga, após o tiroteio.
O jornalista tornou-se uma celebridade nos Países Baixos depois de, em 1983, ter investigado o rapto do milionário Freddy Heineken, que dá o nome à marca de cerveja. De Vries teve, durante 17 anos, o seu próprio programa de televisão, no qual trabalhava em conjunto com as famílias de vítimas cujos casos ficaram por resolver pelas autoridades. No passado, o jornalista tinha já recebido proteção policial após ameaças de morte.
Desde 2020, De Vries trabalhava como conselheiro da principal testemunha de acusação contra Ridouan Taghi, conhecido como o criminoso mais procurado do país.
Há dois anos, o advogado dessa mesma testemunha foi também baleado na cabeça, pouco depois de sair da casa do cliente, em Amsterdão. Na altura, o primeiro-ministro holandês descreveu o assassinato como “incrivelmente perturbador”.
Alguns meios de comunicação holandeses estão a avançar que o suspeito de ter atirado contra o jornalista este mês é sobrinho de um dos homens que trabalham para Ridouan Taghi. Já o segundo suspeito, que terá conduzido o carro após os disparos, é procurado na Polónia pelo crime de roubo, segundo a imprensa polaca.
“Um crime contra o jornalismo”
Na semana passada, vários líderes europeus condenaram a tentativa de homicídio, exigindo que os responsáveis enfrentassem a Justiça. “Este é um crime contra o jornalismo e um ataque aos nossos valores de democracia e de Estado de Direito”, declarou Charles Michel, presidente do Conselho Europeu.
Também o rei holandês, Willem-Alexander, e a sua mulher, Máxima, expressaram o choque com o qual receberam a notícia do ataque. “Os jornalistas têm de poder fazer o seu importante trabalho livremente e sem o risco de ameaças”, referia o comunicado do palácio real.
Os jornalistas, especialmente os de investigação, têm sido alvo de vários ataques nos últimos anos. Só em 2020, segundo a Federação Internacional de Jornalistas, 65 profissionais foram mortos em serviço por todo o mundo, mais 17 do que no ano anterior.