Países bálticos vão propor aumento de gastos em defesa para 2,5% do PIB

por Lusa

Os países bálticos anunciaram hoje que vão propor aos aliados da NATO, na próxima cimeira da organização, a decorrer em julho em Washington, a fixação de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) como novo limite mínimo para gastos em defesa.

Em conferência de imprensa após um encontro dos ministros da defesa dos países bálticos, na cidade termal lituana de Palanga, o governante da Estónia, Hannu Pevkur, afirmou que o atual patamar mínimo de 2% do PIB já não parece ser suficiente, pelo que instará os aliados a aumentá-lo em 0,5 pontos percentuais.

Observando que os três países bálticos - Estónia, Letónia e Lituânia - se comprometeram a gastar cerca de 3% do PIB em defesa, Pevkur disse que outros aliados "são bem-vindos a juntar-se ao clube dos 3%".

O ministro da Defesa da Lituânia, Laurynas Kasciunas, disse que uma questão importante para os países bálticos na cimeira da NATO seria a exequibilidade dos planos de defesa para a região preparados após o último encontro de alto nível, no ano passado em Vilnius.

"A defesa pela negação é essencial", disse Kasciunas, explicando que, em política de defesa, negação significa que devem existir tropas suficientes e outras medidas para impedir que um inimigo atravesse ou ocupe qualquer território do Báltico.

A este respeito, a Lituânia anunciará detalhes sobre a sua parte numa linha de defesa comum do Báltico contra a Rússia, acordada pelos três países no início deste ano.

A Lituânia planeia tanto fortificações fixas como os chamados "parques de contramobilidade", onde tropas e equipamentos, incluindo minas antitanque e antipessoais, poderiam ser rapidamente reunidos em áreas ameaçadas.

O ministro da Defesa da Letónia, Andris Spruds, declarou que os três países estão a trabalhar para aumentar a capacidade de defesa do seu território através da construção de infraestruturas para que cada um possa acolher uma brigada completa da NATO.

A Estónia está a preparar a chegada de uma brigada britânica, elementos de uma brigada alemã já estão na Lituânia, enquanto a Letónia acolherá uma brigada canadiana reforçada por um efetivo do Exército sueco.

Os ministros da defesa dos Bálticos sublinharam também a necessidade de continuar a cooperação na aquisição de material militar como forma de poupar nos custos totais.

A Letónia e a Estónia já estão a adquirir conjuntamente o sistema de mísseis de defesa aérea de médio alcance IRIS-T, de fabrico alemão.

Andris Spruds, sublinhou que a aquisição conjunta era essencial para criar capacidades comuns e interoperáveis ??entre os três países vizinhos.

 

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