Mundo
Países da África Ocidental enviam forças de prontidão para "restaurar a ordem" no Níger
Os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO, na sigla em inglês) decidiram esta quinta-feira enviar "forças de prontidão" da organização regional para "restaurar a ordem constitucional no Níger", após o golpe de Estado de julho no país.
A organização ordenou "a implantação da força de prontidão da CEDEAO para restaurar a ordem constitucional no Níger", disse o presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Touray, após a cimeira extraordinária dos chefes de Estado e de Governo do bloco regional para encontrar uma solução para a crise no Níger na sequência do golpe de Estado de 26 de julho.
“Ordeno a ativação da força de prontidão da CEDEAO, com todos os seus elementos, imediatamente”, acrescentou Touray.
O anúncio de envio da força militar consta das resoluções lidas no final da cimeira. É de salientar que o único ponto de ordem de trabalhos desta reunião, entre chefes de Estado e representantes dos 15 países-membros da CEDEAO, era o debate sobre a situação criada pelo golpe de Estado no Níger e avaliar uma intervenção militar para repor a legalidade constitucional.
Esta foi a primeira reunião dos líderes da CEDEAO desde o termo do seu ultimato aos militares na anterior cimeira da organização, em 30 de julho, tendo participado todos os presidentes do bloco da África Ocidental, com exceção da Gâmbia, da Libéria e de Cabo Verde, que enviaram representantes.
“Ordeno a ativação da força de prontidão da CEDEAO, com todos os seus elementos, imediatamente”, acrescentou Touray.
O anúncio de envio da força militar consta das resoluções lidas no final da cimeira. É de salientar que o único ponto de ordem de trabalhos desta reunião, entre chefes de Estado e representantes dos 15 países-membros da CEDEAO, era o debate sobre a situação criada pelo golpe de Estado no Níger e avaliar uma intervenção militar para repor a legalidade constitucional.
Esta foi a primeira reunião dos líderes da CEDEAO desde o termo do seu ultimato aos militares na anterior cimeira da organização, em 30 de julho, tendo participado todos os presidentes do bloco da África Ocidental, com exceção da Gâmbia, da Libéria e de Cabo Verde, que enviaram representantes.
Embora a CEDEAO continue determinada em resolver esta crise através de meios "pacíficos", o anúncio de Touray na cimeira é um primeiro passo "de facto" para uma eventual intervenção. O presidente da Nigéria, Bola Tinubu, que detém a presidência da CEDEAO, apelou, no seu discurso de abertura dos trabalhos, ao diálogo e a priorizar "todas as vias diplomáticas".
"Nenhuma opção é retirada da mesa, incluindo o uso da força como último recurso", disse Bola Tinubu, no final da cimeira. "Continuamos firmes no nosso compromisso de apoiar o Níger na jornada rumo à estabilidade democrática pacífica".
"Espero que através do nosso esforço coletivo possamos chegar a uma resolução pacífica como um roteiro para restaurar a estabilidade e a democracia no Níger. Nem tudo está perdido ainda".
"Espero que através do nosso esforço coletivo possamos chegar a uma resolução pacífica como um roteiro para restaurar a estabilidade e a democracia no Níger. Nem tudo está perdido ainda".
ONU contra ameaça a presidente eleito
Já nas Nações Unidas, António Guterres advertiu contra "qualquer ameaça de ferir o presidente eleito do Níger", Mohamed Bazoum, detido pela Guarda Presidencial.
O porta-voz do secretário-geral, Farhan Haq, questionado sobre as alegadas ameaças dos golpistas de matar o Presidente Bazoum, caso se concretize uma intervenção militar contra o país, disse: "Iremos opor-nos a isso", sem ser mais específico.
Horas antes, o partido do presidente Bazoum tinha denunciado que ele e toda a sua família, detidos ilegalmente no próprio palácio presidencial, não têm acesso a eletricidade, água, alimentos e medicamentos.
Indiretamente, António Guterres confirmou esta acusação ao emitir uma declaração em que denunciava "as condições de vida deploráveis" em que Bazoum e a sua família se encontram detidos.
O secretário-geral da ONU recordou que a detenção de Bazoum pela Guarda Presidencial é arbitrária e apelou novamente à sua libertação imediata, bem como à dos membros do seu governo que ainda se encontram detidos.
Já nas Nações Unidas, António Guterres advertiu contra "qualquer ameaça de ferir o presidente eleito do Níger", Mohamed Bazoum, detido pela Guarda Presidencial.
O porta-voz do secretário-geral, Farhan Haq, questionado sobre as alegadas ameaças dos golpistas de matar o Presidente Bazoum, caso se concretize uma intervenção militar contra o país, disse: "Iremos opor-nos a isso", sem ser mais específico.
Horas antes, o partido do presidente Bazoum tinha denunciado que ele e toda a sua família, detidos ilegalmente no próprio palácio presidencial, não têm acesso a eletricidade, água, alimentos e medicamentos.
Indiretamente, António Guterres confirmou esta acusação ao emitir uma declaração em que denunciava "as condições de vida deploráveis" em que Bazoum e a sua família se encontram detidos.
O secretário-geral da ONU recordou que a detenção de Bazoum pela Guarda Presidencial é arbitrária e apelou novamente à sua libertação imediata, bem como à dos membros do seu governo que ainda se encontram detidos.
Já na quarta-feira, um líder político e ex-comandante rebelde anunciou a criação de um movimento de resistência à junta militar que assumiu o Governo no Níger a 26 de julho.
Em comunicado, Rhissa Ag Boula, de 66 anos, afirmou que o seu novo Conselho da Resistência da República (CRR), pretende reinstalar o presidente do país, Mohammed Bazoum, deposto pelo golpe militar de julho e que tem estado sob prisão domiciliária desde então.
“O Níger está a ser vítima de uma tragédia, orquestrada por aqueles a quem cabia protege-lo”, referia o comunicado.
Este é o principal sinal de resistência interna no Níger nos últimos 15 dias e poderá dever-se à influência ocidental, que pretende o regresso da ordem constitucional num dos mais importantes países do Sahel.
Em comunicado, Rhissa Ag Boula, de 66 anos, afirmou que o seu novo Conselho da Resistência da República (CRR), pretende reinstalar o presidente do país, Mohammed Bazoum, deposto pelo golpe militar de julho e que tem estado sob prisão domiciliária desde então.
“O Níger está a ser vítima de uma tragédia, orquestrada por aqueles a quem cabia protege-lo”, referia o comunicado.
Este é o principal sinal de resistência interna no Níger nos últimos 15 dias e poderá dever-se à influência ocidental, que pretende o regresso da ordem constitucional num dos mais importantes países do Sahel.
A cimeira extraordinária de Abuja realiza-se tendo como cenário o que fazer para enfrentar o quinto golpe de Estado bem-sucedido na região desde 2020, depois dos do Mali, Burkina Faso e Guiné-Conacri. No total, desde 2020, a África Ocidental registou nove tentativas de golpes de Estado.
O Níger está a viver uma situação de impasse político desde o final do mês passado, quando o presidente Mohamed Bazoum foi deposto num golpe de Estado pela Guarda Presidencial.
A CEDEAO respondeu dias depois decretando sanções e emitindo um ultimato à junta militar no poder - prazo que terminou no domingo, 6 de agosto, sem nenhuma mudança na situação política.
Na altura, os líderes dos países da África Ocidental disseram que preferência era encontrar uma solução diplomática para a crise e que só enviariam forças militares como último recurso.
A CEDEAO respondeu dias depois decretando sanções e emitindo um ultimato à junta militar no poder - prazo que terminou no domingo, 6 de agosto, sem nenhuma mudança na situação política.
Na altura, os líderes dos países da África Ocidental disseram que preferência era encontrar uma solução diplomática para a crise e que só enviariam forças militares como último recurso.