Os países do Fórum para o Progresso da América do Sul (PROSUL) defenderam uma maior cooperação no combate à pandemia e na produção regional de vacinas contra a covid-19.
"Expressando a nossa preocupação com a criação de regulamentos e/ou mecanismos que limitem as exportações de vacinas e suprimentos médicos a terceiros países para fazer frente à pandemia (...) declaramos a nossa vontade de promover a cooperação internacional e regional para alcançar o acesso universal, equitativo e oportuno à imunização contra a covid-19", indicou, em comunicado.
O PROSUL reiterou que a vacina contra a covid-19 é um bem público global e defendeu que os ministérios da Saúde da região trabalhem em conjunto para fortalecer as capacidades locais de produção de vacinas, já em "preparação para a próxima pandemia", acrescentou no comunicado publicado pelo executivo brasileiro.
Os países comprometeram-se, "em todas as instâncias pertinentes", a aumentar o nível de recursos para a investigação e o desenvolvimento de vacinas e a promover o acesso e a transparência na aquisição dos produtos.
O grupo expressou a vontade de "explorar a possibilidade de criar redes regionais, no âmbito do Grupo Setorial de Saúde, para aceder ao sequenciamento genético e a um sistema de vigilância de novas variantes de atenção do vírus da covid-19".
De acordo com a declaração, os países da região devem enfrentar juntos este desafio global, quer em termos de gestão pública, quer em mobilização de recursos, para que seja dada uma resposta a vários níveis.
O PROSUL foi criado em 2019 em resposta à União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), paralisada por divergências em relação ao regime do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.Processo lento de vacinação
A vacinação contra a covid-19 na América do Sul tem sido marcada por um processo lento e desigual.
Neste momento, o Chile tem a campanha de imunização mais bem-sucedida da América do Sul, com cerca de 16% da população vacinada contra a covid-19, sendo o único país do continente que aplicou doses de vacinas em mais de 10% dos habitantes.
Esta percentagem supera amplamente países vizinhos, como a Argentina (1,1%) e o Brasil (3%), segundo o portal científico "Our World In Data".
Na semana passada, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou mais uma vez que, se a campanha de vacinação contra a covid-19 não for implementada em todos os países, o vírus continuará a sofrer mutações, o que poderá prolongar significativamente a pandemia.
Guterres denunciou "um progresso extremamente desigual e injusto em matéria de vacinação".
"Apenas dez países administraram 75% de todas as vacinas contra a covid-19. Enquanto isso, mais de 130 países não receberam uma única dose", frisou.
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