As autoridades judiciais do Panamá terminaram num cemitério na capital o processo de exumação de cadáveres de vítimas da invasão dos Estados Unidos, em 1989.
Os sacos estão "devidamente embalados" na Morgue Judicial e, assim que os restos mortais "se encontrem no laboratório do Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses, serão trabalhados por peritos, para se fazer a devida análise".
O processo de exumação começou no âmbito de uma decisão judicial que reabriu 14 casos de pessoas desaparecidas durante a invasão norte-americana de dezembro de 1989, para capturar o ditador Manuel Antonio Noriega (1934-2017).
As ossadas, algumas das quais foram encontradas em caixões e sacos de plástico, serão submetidas a análises que incluem a comparação com o ADN dos familiares das vítimas da ação militar, para verificar a identidade, de acordo com informações oficiais.
Trinta anos depois, o número real do número de mortos durante a invasão, na qual os Estados Unidos mobilizaram 26 mil soldados e utilizaram armas de última geração para desmantelar as Forças de Defesa panamenhas e capturar Noriega, que se rendeu a 3 de janeiro de 1990, acusado de tráfico de droga, é ainda incerto no Panamá.
Documentos norte-americanos desclassificados ao longo dos anos, e publicados pela primeira vez em dezembro passado, citam 516 mortes durante a invasão, das quais 314 foram militares, na sua grande maioria panamenses, enquanto no país centro-americano se fala de milhares de mortes de civis e de violações dos direitos humanos.