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Pandemia é o maior desafio desde a II Guerra Mundial, alerta secretário-geral da ONU

por RTP
Carlo Allegri - Reuters

O aviso é de António Guterres: a pandemia de Covid-19 é o maior desafio que o mundo enfrenta desde a II Guerra Mundial. O secretário-geral das Nações Unidas argumenta que pode arrastar uma recessão sem paralelo e por isso exige uma resposta forte e eficaz.

“É a combinação de uma doença ameaçante para todo o mundo e de um impacto económico que conduzirá a uma recessão sem precedentes num passado recente”, argumenta Guterres para explicar porque esta pandemia é o pior momento desde que as Nações Unidas foram criadas, há 75 anos.

“A combinação dos dois fatores e o risco de uma instabilidade acumulada, de violência acumulada, de conflitos acumulados” fazem desta crise o maior desafio desde a II Guerra Mundial.

“É a crise que exige a resposta mais forte e a mais eficaz”, adverte. Para Guterres isso só pode acontecer “pela solidariedade e por um esforço comum, abandonando os jogos políticos e compreendendo que a humanidade está em jogo”.

Falando na sede da ONU, em Nova Iorque, no lançamento de um relatório sobre as consequências económicas potenciais desta crise, Guterres diz mesmo que a comunidade internacional está longe do que devia nesta solidariedade, que apenas se cifram em medidas dos países desenvolvidos para conter as suas economias. O número de casos confirmados no mundo é agora de perto de 860 mil, com mais de 42 mil mortes.

Estamos longe de ter um dispositivo mundial para ajudar os países em desenvolvimento a eliminar a doença, gerando consequências dramáticas para estas populações, em termos de desemprego, o encerramento de pequenas empresas e o fim do comércio informal”, acrescenta. “Avançamos lentamente no bom caminho”, lamentou. 

O relatório da ONU aponta para que cerca de 25 milhões de postos de trabalho no mundo vão desaparecer devido ao surto. Antevê uma pressão negative de cerca de 40% nos fluxos de investimento estrangeiro direto global.

Guterres instou os países industrializados a apoiar as nações menos desenvolvidas ou, potencialmente, “enfrentar o pesadelo da doença a propagar-se como fogo”. Uma ameaça que depois poderá voltar-se de novo contra os países ricos, como um efeito boomerang, gerando “milhões” de mortos.

“O novo coronavirus está a atacar as sociedades no seu âmago, reclamando vidas e a forma de vida das pessoas”, reforçou.

“Precisamos de uma imediata resposta de saúde coordenada para suprimir a transmissão e parar a pandemia”, continuou.

A ONU criou na terça-feira um fundo destinado aos países em desenvolvimento, depois de ter feito na semana passada um apelo aos países pobres e em conflito.
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