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Papa no Egito depois de atentados contra igrejas coptas

por RTP
Alessandro Bianchi - Reuters

O Papa Francisco iniciou esta sexta-feira um visita de 27 horas ao Egito, país que sofreu este mês atentados contra duas igrejas coptas nas cidades de Tanta e Alexandria, que mataram 45 pessoas. A deslocação surge a convite do Presidente do país, Abdel Fattah El-Sisi e dos bispos da Igreja Católica, do Papa da Igreja Ortodoxa Teodoro II e do imã da Mesquita de Al Azhar.

Na visita o Papa desloca-se num veículo não blindado e, de acordo com o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, as medidas de segurança a aplicar pelo Vaticano serão iguais às outras viagens do Papa.

Greg Burke diz que a deslocação ao Cairo tem um triplo significado: pastoral, de encontro com a comunidade católica local; ecuménico, através de reuniões com os cristãos coptas; e inter-religioso porque prevê encontros com representantes muçulmanos.

Durante a visita de 27 horas Francisco pronunciará um total de cinco discursos, nomeadamente na conferência internacional de paz, num encontro com as autoridades, na sua visita ao Papa copta ortodoxo Teodoro II, que irão ocorrer esta sexta-feira, e na homilia da missa de sábado e perante religiosos católicos.O Egito é o 27º país a ser visitado por Francisco durante o seu pontificado.

À chegada ao Egito, Francisco foi recebido pelo presidente Fattah El-Sisi e irá depois à instituição egípcia de Al Azhar, que dita a doutrina sunita, onde visitará Ahmad Aal Tayeb, imã da Mesquita. O dia continua com um encontro com os membros do Governo, com representantes do corpo diplomático e das universidades e cultura.

O primeiro dia da visita termina com uma visita de cortesia ao Papa Copta Ortodoxo, estando prevista uma oração ecuménica pelas vítimas dos atentados contra os cristãos.

Sábado, Francisco celebra missa no Estádio do Exército Egípcio e almoça com bispos e com o clero.
Peregrino da paz
O Papa Francisco pede, na sua conta no twitter, que rezem pela sua jornada como peregrino da paz.

No tradicional vídeo mensagem, que o Papa envia à nação que vai visitar, Francisco deseja que a sua viagem seja uma mensagem de fraternidade e de reconciliação a todos os filhos de Abraão, de maneira particular ao mundo islâmico, no qual o Egito ocupa um lugar destacado".

O pontífice argentino espera também que "contribua eficazmente para o diálogo inter-religioso com o mundo islâmico e para o diálogo ecuménico com a venerada e amada Igreja copto-ortodoxa".

"Que esta visita seja como um abraço de consolo e de alento e de estima para todos os habitantes do Egito e da região”, acrescenta.

Francisco recorda que o mundo atualmente "está dilacerado pela violência cega" e cita os últimos atentados que "atingiram o coração da (vossa) querida terra, que precisa de paz, de amor e de misericórdia"."Aos irmãos egípcios, jovens e anciãos, mulheres e homens, muçulmanos e cristãos, ricos e pobres" o Papa deseja que "Deus todo-poderoso os bendiga e proteja o país de todo o mal".

“O Egito precisa de agentes de paz e de pessoas livres e libertadoras, de gente valente que saiba aprender do passado para construir o futuro sem fechar-se em preconceitos. O Egito tem necessidade de construtores de pontes de paz, de diálogo, de fraternidade, de justiça e de humanidade", frisa o Papa na mensagem.

Na mensagem de vídeo, o Papa pronuncia em árabe "Shukran wa Tahiahì!", o já tradicional pedido de "rezai por mim", e descreve o Egito como "berço de civilização, dono do Nilo, terra de sol e hospitalidade, onde viveram Patriarcas e Profetas, e onde Deus, clemente e misericordioso, todo-poderoso e único, fez ressoar a sua voz".

"Sinto-me honrado por visitar a terra na qual habitou a Sagrada Família", remata.
Atentados provocaram 45 mortos
A 9 de abril, dois atentados nas igrejas copta de Tanta e de Alexandria, reivindicados pelo grupo radical Estado Islâmico, provocaram 45 mortos.

Os cristãos coptas representam cerca de 10 por cento da população do Egito e são, frequentemente, alvo de ataques por parte de extremistas islâmicos.

Após os atentados, Francisco pediu uma oração pelas vítimas e exprimiu as suas condolências ao Papa copta ortodoxo Teodoro II, à igreja copta e a toda a nação egípcia.

“Que o Senhor converta os corações daqueles que semeiam o terror, a violência e a morte e também o coração daqueles que fabrica e fazem comércio com as armas”, afirmou o Papa argentino na mensagem que enviou aos egípcios.
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