Esta quinta-feira, o parlamento da Turquia aprovou, com larga maioria, um projeto de lei que permite o envio de tropas para a Líbia em apoio ao Governo de Acordo Nacional (GAN). A aprovação da moção levanta receios de que uma interferência de Ancara possa alimentar o conflito líbio.
O projeto de lei dá ao exército turco um mandato para intervir na Líbia, válido durante um ano, demonstrando o apoio ao Governo de Acordo Nacional (GAN), liderado por Fayez al-Sarraj e sediado na capital Trípoli.
Em dezembro, a Líbia já tinha solicitado o apoio da Turquia, no âmbito de uma “perigosa escalada” do conflito.
“Enquanto único governo legítimo e soberano da Líbia, o GNA é a entidade singular com o direito de formalizar alianças militares necessárias para proteger a nossa nação”, disse o ministro do Interior do GNA, Fathi Bashagha, em comunicado à Reuters.
Haftar conta com o apoio de países como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Egito, três rivais regionais de Ancara.
Egito condena e Trump alerta Erdogan
Quase imediatamente após a votação da moção, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito – que apoia Haftar – condenou veementemente a decisão de Ancara e apelou à comunidade internacional para responder urgentemente à medida.
Durante um telefone com Erdogan, Donald Trump também alertou o
presidente turco para a “interferência estrangeira” na Líbia,
considerando que apenas agrava o conflito. O presidente turco deverá discutir o conflito líbio com o presidente russo, Vladimir Putin, ainda este mês.
A Turquia, por sua vez, defende que o destacamento pode ser necessário para salvaguardar os interesses turcos na Líbia e no Mediterrâneo oriental, bem como para alcançar a paz e a estabilidade no país.
Suspeita-se que Erdogan tenha sido encorajado a reforçar a sua intervenção no conflito Líbio depois de surgirem rumores de envolvimento russo.
No início de dezembro, o governo líbio acusou a Rússia de enviar tropas em apoio a Khalifa Haftar, aumentando o poder do LNA que assumiu o controlo das principais cidades a sul de Trípoli.
“Não seria correto permanecermos em silêncio perante tudo isto”, disse o presidente turco em dezembro.
“Não seria correto permanecermos em silêncio perante tudo isto”, disse o presidente turco em dezembro.
c/ agências