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Partido de extrema-direita retira-se de coligação e leva a queda do Governo dos Países Baixos
O líder da extrema-direita dos Países Baixos anunciou a saída do Partido da Liberdade (PVV) da coligação governamental, abrindo a possibilidade de haver eleições antecipadas. Em causa estão desacordos sobre políticas de imigração e asilo.
"Não há acordo para o nosso plano de asilo (...). O PVV abandona a coligação", escreveu Geert Wilders na rede social X, esta terça-feira, referindo-se ao programa que tinha apresentado e que visava reforçar a política em relação aos imigrantes e aos requerentes de asilo.
O líder do partido de extrema-direita já tinha apontado críticas ao Governo, que integrava, alegando que demorava demasiado tempo a pôr em prática a “política de imigração mais rigorosa, jamais vista” no país. Esta terça-feira, Wilders informou o primeiro-ministro que todos os ministros do PVV vão deixar o Executivo.
"Eu apoiei pela política de asilo mais rigorosa, não a queda dos Países Baixos", disse Wilders aos jornalistas, entretanto. "E a nossa responsabilidade neste gabinete, portanto, termina aqui”. “O PVV prometeu aos eleitores a política de asilo mais rigorosa de sempre, com o objetivo de torná-la a mais rigorosa de toda a Europa”, disse ainda o líder do partido. “Apresentámos um plano para fechar as fronteiras aos requerentes de asilo, para os deter, para os expulsar. Parar de construir centros de acolhimento para requerentes de asilo, para os fechar”.
A coligação, formada por mais outros partidos políticos, recusou estes planos. De acordo com especialistas jurídicos, citados no Guardian, algumas das medidas propostas violam as leis europeias de direitos humanos ou até mesmo a Convenção das Nações Unidas para os Refugiados, da qual os Países Baixos são signatários.
“Não podia fazer mais nada além de anunciar que estamos a retirar o nosso apoio a este Governo”.
O populista Geert Wilders venceu as últimas eleições nos Países Baixos. E as sondagens recentes, apesar de mostrarem que o PVV continua a ser o mais forte, dão conta também que o partido perdeu apoio desde que entrou para o Governo.
A coligação governamental dos Países Baixos, formada por quatro partidos políticos e liderada pelo primeiro-ministro Dick Schoof, foi constituída há 11 meses, tendo tardado dois meses a ser formada.
Já no mês passado, Wilders convocou uma conferência de imprensa para anunciar que "tinha esgotado a paciência" face ao governo de Schoof. O líder do PVV ameaçou, na altura, abandonar a coligação se um novo plano de 10 pontos para limitar a imigração não fosse implementado nas próximas semanas.
O plano previa o encerramento das fronteiras aos requerentes de asilo, o reforço dos controlos fronteiriços e a deportação dos cidadãos com dupla nacionalidade condenados por um crime.
"Fechem as fronteiras aos requerentes de asilo e ao reagrupamento familiar. Não vamos abrir mais centros de asilo. Vamos fechá-los", afirmou Wilders no passado mês de maio.
O líder de extrema-direita tem sido frequentemente apelidado como o "Trump holandês” devido às posições anti-imigração, numa referência direta ao presidente dos Estados Unidos.
As ambições do PVV para liderar os Países Baixos foram frustradas após a vitória eleitoral do ano passado, uma vez que os parceiros de coligação bloquearam a candidatura de Wilders a primeiro-ministro, escolhendo Schoof para chefiar o Executivo. O político de extrema-direita, com presença assídua no Parlamento holandês, tem repetido frequentemente que a única forma de pôr em prática as políticas anti-imigração é tornar-se primeiro-ministro. No entanto, considerando o fraturado e frágil sistema político, nenhum partido consegue obter uma maioria absoluta no Parlamento composto por 150 deputados. Por isso, Wilders precisa de parceiros de coligação.
Líder do partido liberal-conservador VVD "chocada"
Dilan Yeşilgöz, líder do partido liberal-conservador VVD, também membro da coligação, afirmou que Schoof apelou aos líderes partidários que agissem de forma responsável antes da reunião desta terça-feira.
“O primeiro-ministro, que nos apelou esta manhã, disse que estamos a enfrentar enormes desafios internacionais, temos uma guerra no nosso continente e uma crise económica que pode estar a atingir-nos”, disse Yeşilgöz, citado pelas agências.
A líder partidária admitiu estar "chocada" com a decisão de Wilders e considerou-a como "super irresponsável".
"Tínhamos uma maioria de direita, e ele deixa tudo para trás por causa do seu ego. Ele só está a fazer o que quer”, criticou ainda.
Também Caroline van der Plas, do partido populista Movimento Camponês-Cidadão (BBB), afirmou estar muito irritada e também considerou Wilders "irresponsável". Já Nicolien van Vroonhoven, do Novo Contrato Social (NSC), achou a decisão "incompreensível".
O líder do partido de extrema-direita já tinha apontado críticas ao Governo, que integrava, alegando que demorava demasiado tempo a pôr em prática a “política de imigração mais rigorosa, jamais vista” no país. Esta terça-feira, Wilders informou o primeiro-ministro que todos os ministros do PVV vão deixar o Executivo.
"Eu apoiei pela política de asilo mais rigorosa, não a queda dos Países Baixos", disse Wilders aos jornalistas, entretanto. "E a nossa responsabilidade neste gabinete, portanto, termina aqui”. “O PVV prometeu aos eleitores a política de asilo mais rigorosa de sempre, com o objetivo de torná-la a mais rigorosa de toda a Europa”, disse ainda o líder do partido. “Apresentámos um plano para fechar as fronteiras aos requerentes de asilo, para os deter, para os expulsar. Parar de construir centros de acolhimento para requerentes de asilo, para os fechar”.
A coligação, formada por mais outros partidos políticos, recusou estes planos. De acordo com especialistas jurídicos, citados no Guardian, algumas das medidas propostas violam as leis europeias de direitos humanos ou até mesmo a Convenção das Nações Unidas para os Refugiados, da qual os Países Baixos são signatários.
“Não podia fazer mais nada além de anunciar que estamos a retirar o nosso apoio a este Governo”.
Com a saída do PVV acaba a coligação governamental e, possivelmente, leva o país a ir de novo a eleições.
Decisão "irresponsável" e "incomprensível"
O populista Geert Wilders venceu as últimas eleições nos Países Baixos. E as sondagens recentes, apesar de mostrarem que o PVV continua a ser o mais forte, dão conta também que o partido perdeu apoio desde que entrou para o Governo.
A coligação governamental dos Países Baixos, formada por quatro partidos políticos e liderada pelo primeiro-ministro Dick Schoof, foi constituída há 11 meses, tendo tardado dois meses a ser formada.
Já no mês passado, Wilders convocou uma conferência de imprensa para anunciar que "tinha esgotado a paciência" face ao governo de Schoof. O líder do PVV ameaçou, na altura, abandonar a coligação se um novo plano de 10 pontos para limitar a imigração não fosse implementado nas próximas semanas.
O plano previa o encerramento das fronteiras aos requerentes de asilo, o reforço dos controlos fronteiriços e a deportação dos cidadãos com dupla nacionalidade condenados por um crime.
"Fechem as fronteiras aos requerentes de asilo e ao reagrupamento familiar. Não vamos abrir mais centros de asilo. Vamos fechá-los", afirmou Wilders no passado mês de maio.
O líder de extrema-direita tem sido frequentemente apelidado como o "Trump holandês” devido às posições anti-imigração, numa referência direta ao presidente dos Estados Unidos.
As ambições do PVV para liderar os Países Baixos foram frustradas após a vitória eleitoral do ano passado, uma vez que os parceiros de coligação bloquearam a candidatura de Wilders a primeiro-ministro, escolhendo Schoof para chefiar o Executivo. O político de extrema-direita, com presença assídua no Parlamento holandês, tem repetido frequentemente que a única forma de pôr em prática as políticas anti-imigração é tornar-se primeiro-ministro. No entanto, considerando o fraturado e frágil sistema político, nenhum partido consegue obter uma maioria absoluta no Parlamento composto por 150 deputados. Por isso, Wilders precisa de parceiros de coligação.
Líder do partido liberal-conservador VVD "chocada"
Dilan Yeşilgöz, líder do partido liberal-conservador VVD, também membro da coligação, afirmou que Schoof apelou aos líderes partidários que agissem de forma responsável antes da reunião desta terça-feira.
“O primeiro-ministro, que nos apelou esta manhã, disse que estamos a enfrentar enormes desafios internacionais, temos uma guerra no nosso continente e uma crise económica que pode estar a atingir-nos”, disse Yeşilgöz, citado pelas agências.
A líder partidária admitiu estar "chocada" com a decisão de Wilders e considerou-a como "super irresponsável".
"Tínhamos uma maioria de direita, e ele deixa tudo para trás por causa do seu ego. Ele só está a fazer o que quer”, criticou ainda.
Também Caroline van der Plas, do partido populista Movimento Camponês-Cidadão (BBB), afirmou estar muito irritada e também considerou Wilders "irresponsável". Já Nicolien van Vroonhoven, do Novo Contrato Social (NSC), achou a decisão "incompreensível".