"Partygate". Boris Johnson e ministro britânico multados devido a festas nos confinamentos

por Andreia Martins - RTP
Reuters

O Governo britânico anunciou esta terça-feira que o primeiro-ministro, Boris Johnson, e o ministro das Finanças, Rishi Sunak, vão ser multados por terem participado em festas que violaram as regras vigentes durante o confinamento, no contexto da pandemia de Covid-19.

O executivo britânico confirmou esta terça-feira que recebeu a notificação da Polícia Metropolitana de Londres a indicar que o primeiro-ministro e o ministro das Finanças iriam receber avisos de multa.

Até ao momento, desconhecem-se mais pormenores sobre as multas em causa, incluindo o valor das mesmas, segundo indicou um porta-voz citado pela BBC.

A Polícia Metropolitana de Londres está a investigar a alegadas infrações às normas de contenção da Covid-19 em 12 festas que ocorreram nos anos de 2020 e 2021 em Whitehall e Downing Street. Até ao momento foram aplicadas 50 multas a funcionários do Governo britânico.

Alguns destes encontros ocorreram numa altura em que a participação em funerais e a visita a hospitais estava limitada devido à pandemia. O escândalo veio a público no final de 2021 e ficou conhecido na imprensa por "Partygate". 

Na altura, o primeiro-ministro britânico garantiu que todas as regras tinham sido cumpridas, mas acaboiu por pedir desculpa no Parlamento por ter participado num dos eventos.

Boris Johnson pediu também desculpas à rainha Isabel II por ter participado noutra festa que ocorreu nas vésperas do funeral do Duque de Edimburgo, a 16 de abril de 2021.

As autoridades tinham indicado que não iriam revelar os nomes dos políticos visados pelas multas, mas o Governo britânico tinha prometido que divulgaria a informação caso Boris Johnson fosse um dos visados.

Na primeira reação a estas multas, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, exigiu a demissão dos dois governantes do Partido Conservador.

"Boris Johnson e Rishi Sunak infringiram a lei e mentiram repetidamente ao público britânico. Ambos devem demitir-se. Os conservadores são totalmente incapazes de governar. O Reino Unido merece melhor", assinalou o líder trabalhista através do Twitter.



Por sua vez, o líder dos Liberais Democratas, Ed Davey, diz que o Parlamento britânico deve votar uma moção de censura contra o primeiro-minisro.

"Este é um governo em crise a negligenciar um país em crise. O Parlamento deve ser chamado a votar uma moção de censura contra o primeiro-ministro", frisou num tweet.

Considerou ainda que Boris Johnson "não pode continuar como primeiro-ministro". "Nenhum outro líder em qualquer outra organização teria permissão para continuar depois de uma violação da lei nesta escala", disse também através do Twitter.
 

pub