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Paul Ryan, a escolha arriscada de Romney para a vice-presidência dos EUA
A escolha foi anunciada no passado fim de semana pelo candidato republicano à presidência dos Estados Unidos. Paul Ryan, congressista do Winconsin de 42 anos, será o vice-presidente do país se Mitt Romney conseguir bater Barack Obama nas eleições de novembro. A nomeação de Ryan deu um novo impulso à candidatura de Romney, apesar de a escolha ser considerada como arriscada por alguns analistas, graças às suas convicções morais conservadoras. A aposta do número dois republicano na corrida à Casa Branca passa, no entanto, por conquistar o eleitorado através das questões económicas.
Diz que não são as questões sociais que o movem e que não é com elas que vai fazer a diferença nesta campanha eleitoral. Para a imprensa torna-se, no entanto, irrealizável dissociar os rostos visíveis da política das respetivas posições sobre os temas mais fraturantes da sociedade norte-americana. Paul Ryan não é exceção e a nova coqueluche do Partido Republicano já está a sentir na pele tanto os louvores como os dissabores de se ter assumido ao longo dos anos como um fervoroso apoiante da ala direita mais conservadora, capaz de agradar até ao Tea Party.
Acérrimo defensor dos movimentos pró-vida, o novo braço-direito de Mitt Romney votou contra todas as propostas referentes à despenalização do aborto, mesmo as que dizem respeito a casos de violação ou incesto. Como lembra o New York Times, em 14 anos que leva de Congresso, Ryan foi favorável a todas as propostas relativas a cortes no planeamento familiar, bem como aos diplomas que criminalizam os médicos que intervenham em interrupções de gravidez.
As convicções de Ryan sobre os casamentos entre casais homossexuais refletem o mesmo espírito conservador. “Acredito que o casamento é entre um homem e uma mulher”, sustenta. As emendas constitucionais que visavam banir as uniões entre casais do mesmo sexo e negar o reconhecimento das mesmas no seu Estado mereceram o voto a favor do Congressista do Wisconsin.
O candidato republicano também dá a cara pelos direitos dos portadores de armas. Ryan mantém que a imposição de um maior controlo sobre a posse de armas de fogo não teria quaisquer efeitos nos números da criminalidade.
O eterno problema "Medicare"
Apesar do peso que as matérias de fundo moral representam no voto final do eleitorado americano, Ryan garante que não é por aí que vai tentar “pegar” os compatriotas que se deslocarão às urnas a 6 de novembro. É nas questões económicas que o vice de Mitt Romney quer marcar a diferença em relação a Barack Obama.
Como líder da Comissão de Orçamento da Câmara, Ryan foi o responsável pela proposta de orçamento do GOP (Grand Old Party) para o próximo ano, baseado na contenção dos problemas financeiros do país a longo-prazo sem aumentar mais os impostos. “Se temos uma opinião diferente sobre a direção na qual o Presidente e os líderes do Senado estão a conduzir o país, sentimo-nos com a obrigação moral de oferecer uma escolha”, afirmou na passada terça-feira.
A questão mais controversa da proposta de Ryan diz respeito à ingerível área da saúde, mais exatamente aos gastos com o Medicare, o sistema de seguros de saúde gerido pelo Governo para os maiores de 65 anos. O candidato sugere que o acesso ao Medicare possa ser feito da forma tradicional ou, em alternativa, através de subsídios do Governo para a compra de seguros privados, de forma a diminuir os gastos suportados pelos contribuintes com a saúde. A medida teria ainda como objetivo baixar o preço dos seguros privados, motivados pela concorrência. O controverso plano é visto pelos Democratas como uma tentativa de aniquilar uma das bases da segurança social.
"Um homem decente, mas..."
A experiência da campanha de há quatro anos calejou Obama para os incómodos que um aspirante a vice pode acarretar. O presidente dos EUA já reagiu à escolha de Romney classificando Ryan como “um homem decente, um homem de família, mas com uma visão com a qual eu discordo fundamentalmente”.
Já a Romney, os primeiros dias que se seguiram à nomeação de Ryan só trouxeram razões para festejar. O entusiasmo em torno do nome do congressista trouxe um novo alento à campanha do ex-Governador do Massachusetts, que angariou 1,2 milhões de dólares em fundos de campanha nas primeiras quatro horas que se seguiram ao anúncio do vice. Os dois líderes do movimento republicano andam agora em tournée pelo país, na esperança de conquistar estados-chave para a eleição, como a Florida, onde as ideias de Paul Ryan carecem da aprovação da maioria.
Acérrimo defensor dos movimentos pró-vida, o novo braço-direito de Mitt Romney votou contra todas as propostas referentes à despenalização do aborto, mesmo as que dizem respeito a casos de violação ou incesto. Como lembra o New York Times, em 14 anos que leva de Congresso, Ryan foi favorável a todas as propostas relativas a cortes no planeamento familiar, bem como aos diplomas que criminalizam os médicos que intervenham em interrupções de gravidez.
As convicções de Ryan sobre os casamentos entre casais homossexuais refletem o mesmo espírito conservador. “Acredito que o casamento é entre um homem e uma mulher”, sustenta. As emendas constitucionais que visavam banir as uniões entre casais do mesmo sexo e negar o reconhecimento das mesmas no seu Estado mereceram o voto a favor do Congressista do Wisconsin.
O candidato republicano também dá a cara pelos direitos dos portadores de armas. Ryan mantém que a imposição de um maior controlo sobre a posse de armas de fogo não teria quaisquer efeitos nos números da criminalidade.
O eterno problema "Medicare"
Apesar do peso que as matérias de fundo moral representam no voto final do eleitorado americano, Ryan garante que não é por aí que vai tentar “pegar” os compatriotas que se deslocarão às urnas a 6 de novembro. É nas questões económicas que o vice de Mitt Romney quer marcar a diferença em relação a Barack Obama.
Como líder da Comissão de Orçamento da Câmara, Ryan foi o responsável pela proposta de orçamento do GOP (Grand Old Party) para o próximo ano, baseado na contenção dos problemas financeiros do país a longo-prazo sem aumentar mais os impostos. “Se temos uma opinião diferente sobre a direção na qual o Presidente e os líderes do Senado estão a conduzir o país, sentimo-nos com a obrigação moral de oferecer uma escolha”, afirmou na passada terça-feira.
A questão mais controversa da proposta de Ryan diz respeito à ingerível área da saúde, mais exatamente aos gastos com o Medicare, o sistema de seguros de saúde gerido pelo Governo para os maiores de 65 anos. O candidato sugere que o acesso ao Medicare possa ser feito da forma tradicional ou, em alternativa, através de subsídios do Governo para a compra de seguros privados, de forma a diminuir os gastos suportados pelos contribuintes com a saúde. A medida teria ainda como objetivo baixar o preço dos seguros privados, motivados pela concorrência. O controverso plano é visto pelos Democratas como uma tentativa de aniquilar uma das bases da segurança social.
"Um homem decente, mas..."
A experiência da campanha de há quatro anos calejou Obama para os incómodos que um aspirante a vice pode acarretar. O presidente dos EUA já reagiu à escolha de Romney classificando Ryan como “um homem decente, um homem de família, mas com uma visão com a qual eu discordo fundamentalmente”.
Já a Romney, os primeiros dias que se seguiram à nomeação de Ryan só trouxeram razões para festejar. O entusiasmo em torno do nome do congressista trouxe um novo alento à campanha do ex-Governador do Massachusetts, que angariou 1,2 milhões de dólares em fundos de campanha nas primeiras quatro horas que se seguiram ao anúncio do vice. Os dois líderes do movimento republicano andam agora em tournée pelo país, na esperança de conquistar estados-chave para a eleição, como a Florida, onde as ideias de Paul Ryan carecem da aprovação da maioria.