PDT, de esquerda, mantém neutralidade na 2ª volta das presidenciais brasileiras

O Directório Nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT), de esquerda, decidiu não apoiar nenhum dos dois candidatos à presidência, o actual chefe de Estado do Brasil, Lula da Silva, e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Agência LUSA /

A decisão, por 128 votos contra 49, aprovada na segunda-feira, defende a independência do partido na segunda volta das eleições presidenciais.

De acordo com a assessoria da liderança do PDT na Câmara, a decisão teve o apoio do senador Cristovam Buarque, candidato derrotado do partido à Presidência da República, que obteve na primeira volta 2,53 milhões de votos, o equivalente a 2,65 por cento dos votos válidos.

Segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi, nem Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT), nem Alckmin, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), atendem aos compromissos do partido, que tem a luta pela educação como o pressuposto para o desenvolvimento do país.

"O PDT é um partido independente e nenhuma das forças políticas da segunda volta representa nossas ideias e causas. Todos estão livres para exercer o voto", afirmou Lupi.

Pesaram na decisão pela neutralidade as questões políticas regionais, já que em alguns Estados, o PDT declarou apoio a Lula e, em outros, a Alckmin, como é o caso de São Paulo, o maior colégio eleitoral do Brasil.

Na prática, a neutralidade do PDT favorece mais o actual Presidente do que o candidato social-democrata, que aparece pelo menos dez pontos atrás de Lula da Silva nas sondagens.

O coordenador da campanha do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, disse hoje que o PT encarou como "positiva" a decisão do PDT de se manter neutro na segunda volta das eleições presidenciais.

"O PDT adotou linha de neutralidade que nos parece positiva. A neutralidade frustrou muito mais o nosso adversário do que nós", afirmou Garcia .

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