Pelo menos 30 detidos por tentarem participar na Marcha do Orgulho em Istambul
Pelo menos 30 pessoas foram detidas por tentarem participar na Marcha do Orgulho, em Istambul, cidade onde estas manifestações estão proibidas pelas autoridades turcas há anos, segundo a oposição e uma organização não-governamental (ONG).
A plataforma Semana do Orgulho LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais) e Kezban Konukçu, membro do parlamento de Istambul pelo Partido Popular pela Igualdade e Democracia, denunciaram as detenções, numa operação policial que começou ainda antes da marcha.
"Solidarizamo-nos com as pessoas LGBTI+ que dizem `Estamos aqui, vamos continuar a existir!` contra a opressão e as políticas de ódio do regime do palácio", disse Konukçu numa mensagem publicada na sua conta na rede social X.
Já a ONG Semana do Orgulho LGBTI+ referiu, igualmente na rede X, que "a polícia está a deter pessoas sob o pretexto de verificação de antecedentes criminais", alertando os participantes para que permaneçam em locais seguros, não permaneçam nas ruas, não utilizem autocarros e deixem "as bandeiras em casa".
As autoridades proibiram as Marchas do Orgulho na maior cidade da Turquia desde há 10 anos, alegando que representam um perigo para a segurança pública.
O Partido da Justiça e Desenvolvimento, do Presidente Recep Tayyip Erdogan, adotou, desde então, uma retórica cada vez mais dura contra a comunidade LGBTQ+.
Em janeiro, Erdogan declarou 2025 o "Ano da Família", afirmou que o declínio da taxa de natalidade na Turquia representava uma ameaça existencial e acusou o movimento LGBTQ+ de minar os valores tradicionais.