Pelo menos 34 estâncias turísticas destruídas por conflitos e ciclones em Cabo Delgado

Pelo menos 34 estâncias turísticas foram destruídas em conflitos armados e pela passagem do ciclone Chido em Cabo Delgado, província do norte de Moçambique, anunciou esta sexta-feira fonte oficial, referindo que os operadores "precisam de algum apoio".

Lusa /

"Neste momento, contabilizamos 34 [estâncias] (...). No distrito de Mecúfi a maior parte ainda não tem nenhuma recuperação", afirmou Florindo Novo, chefe do Departamento de Planificação da Direção Provincial de Cultura e Turismo, citado pela comunicação social.

Segundo o responsável, parte dos operadores das estâncias turísticas afirmaram não ter capacidade para reconstruir os estabelecimentos, pedindo apoio das autoridades moçambicanas.

"Outros têm mandado cartas para informar que não têm possibilidade de reabrir ou de recuperar o que foi danificado, precisam de algum apoio", referiu Florindo Novo.

O governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, pediu a elaboração de um plano de recuperação do setor do turismo naquela província para fazer face às perdas registadas.

 "Queremos recomendar ao setor [do turismo] para estabelecer um plano de recuperação dos agentes ou estabelecimentos turísticos e similares destruídos pelo terrorismo e pelo ciclone Chido e apresentar ao Conselho Executivo Provincial", disse Tauabo.

A província de Cabo Delgado, situada no norte do país, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.

Em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.

Além dos ataques, a zona norte de Moçambique foi também afetada, na época chuvosa 2024/2025, pelos ciclones Chido, em 14 de dezembro, e Dikeledi, em 13 de janeiro, matando cerca de 170 pessoas e deixando um rasto de destruição no norte do país, sobretudo nas províncias de Cabo Delgado e Nampula.

Moçambique é considerado um dos territórios mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

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