Pelo menos dez mortos em tiroteio numa escola na Suécia

por RTP
Prosseguem buscas por outras possíveis vítimas. Foto: Jonathan Nackstrand - AFP

Pelo menos dez pessoas terão morrido esta terça-feira quando foram disparados tiros num centro de educação para adultos na cidade de Örebro, 200 quilómetros a oeste de Estocolmo, de acordo com a polícia sueca. Ao início da tarde, estava em curso uma operação policial e a polícia avisou que o perigo se mantinha, pedindo às pessoas para se manterem afastadas da zona. Acrescenta que o atirador morreu e terá agido sozinho.

“Dez pessoas terão morrido”, indicou Roberto Eid Forest, chefe de polícia de Örebro, numa conferência de imprensa, acrescentando que “o autor do ataque não é conhecido da polícia e não tem ligação com nenhuma organização” terrorista.

De momento a polícia diz que não espera a realização de outros ataques e não consegue para já estabelecer o número de feridos.

“Neste momento, temos a certeza de que não haverá mais ataques. As escolas onde professores e alunos estavam abrigados já foram evacuadas”, afirmou Forest, referindo-se a vários locais próximos da escola afetada e que foram utilizados como abrigo enquanto os agentes investigavam a zona.

De acordo com o canal de televisão TV4, o suspeito tinha 35 anos, tendo a polícia realizado buscas à sua casa, em Örebro, ao final do dia. O alegado atirador tinha uma licença de porte de arma e uma ficha criminal limpa, acrescentou o canal.

Este foi o tiroteio escolar mais mortal da história da Suécia.
Uma primeira informação passada pelas autoridades avançava com o número de conco pessoas atingidas, mas hora e meia depois dessas indicações, a polícia avançou com o balanço mais negro de pelo menos dez mortos. Acrescentou, em relação ao atirador, que está morto e que terá agido sozinho.

“Continuamos a acreditar que temos o principal autor do crime, embora não excluamos a possibilidade de haver mais pessoas ligadas”.

"Cinco pessoas foram confirmadas como tendo sido baleadas", afirmou a polícia sueca num comunicado inicial, acrescentando que a extensão dos ferimentos não era clara. "Isto é atualmente visto como uma tentativa de homicídio, fogo posto e crime de armas agravado", disseram.

Numa conferência de imprensa ao início da tarde, a polícia sueca chegou também a avançar que o suspeito estaria entre os feridos e que o número total de hospitalizados podia aumentar. Quatro pessoas, sabia-se já então, tiveram de ser operadas e uma delas encontrava-se em estado grave. 

Não foram divulgados pormenores sobre o potencial motivo do ataque.

“Temos uma enorme cena de crime, temos que concluir as buscas que estamos a fazer na escola. Há uma série de medidas de investigação que estamos a tomar: um perfil do agressor, entrevistas a testemunhas. Obviamente, é uma quantidade significativa de trabalho”, apontou Forest.

A polícia abriu entretanto uma investigação por homicídio, incêndio criminoso e crime de armas agravadas. Prosseguem buscas por outras possíveis vítimas.

A Campus Risbergska, uma escola para adultos que não concluíram o percurso escolar, leciona cursos de ensino primário e secundário, bem como aulas de sueco para imigrantes, formação profissional e programas para pessoas com deficiências intelectuais.

De acordo com uma das professoras, em declarações à televisão pública SVT, havia no momento do ataque menos alunos do que o habitual nas instalações, uma vez que muitos deles tinham já ido para casa após terminarem os exames.
"Um dia muito doloroso para a Suécia"

O primeiro-ministro sueco , Ulf Kristersson, reagiu ao início da tarde ao  "terrível ato de violência" através de uma publicação na rede social X: "É um dia muito doloroso para toda a Suécia", afirmou. 

"Os meus pensamentos estão com aqueles cujo dia normal de escola foi substituido pelo horror. Estar fechado numa sala de aula, temendo pela própria vida, é um pesadelo que ninguém deveria ter de viver."

Ulf Kristersson acrescentou que a operação policial estava em curso e pediu tempo para a investigar o ataque.


O ministro sueco da Justiça, Gunnar Strommer, disse à agência Reuters que "a informação sobre o ataque violento em Orebro é extremamente grave". "O governo está em contato próximo com a polícia e está a acompanhar de perto os desenvolvimentos", acrescentou.

c/agências
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