Pentágono confirma o uso de fósforo branco contra cidade de Falllujah
O exército norte-americano utilizou fósforo branco nas operações contra a cidade iraquiana de Fallujah no final de 2004, confirmou um porta-voz do Pentágono à BBC.
"Nós utilizámo-lo como arma incendiária contra combatentes inimigos", declarou o tenente-coronel Barry Venable em resposta a uma pergunta.
A cadeia de informação RaiNews 24 afirmava a 8 de Novembro, numa reportagem, que as forças norte-americanas tinham utilizado fósforo branco em Fallujah em Novembro de 2004.
Segundo a RAI, este agente, que provoca queimaduras mortais, terá sido utilizado contra civis, entre outras armas químicas.
"O fósforo branco é uma arma convencional. Não é uma arma química", replicou hoje o porta-voz norte-americano. "Não é ilegal".
O tenente-coronel Venable explicou à BBC a técnica de emprego do fósforo branco aplicada em Fallujah.
"Quando estamos perante forças inimigas escondidas, quando a nossa artilharia de potentes explosivos não tem impacto e quando queremos fazê-las sair dessas posições, uma das técnicas é lançar fósforo branco para a posição. Os efeitos combinados do fogo e do fumo fá-los-ão sair dos buracos, para podermos matá-los com potentes explosivos", explicou.
"As forças norte-americanas não utilizam napalm nem fósforo branco como arma", negara Robert Tutle, o embaixador norte-americano na Grã-Bretanha, numa carta enviada hoje ao diário britânico The Independent.
A reportagem da RaiNews era fundamentada no testemunho de um antigo combatente norte-americano que declarava ter "visto corpos queimados de mulheres e de crianças".
Referia também declarações de civis de Fallujah que descreviam "uma chuva de fogo sobre a cidade" e pessoas mortalmente queimadas".
Várias centenas de pessoas manifestaram-se segunda-feira à noite perto da embaixada dos Estados Unidos em Roma aos gritos de "Yankee go gome" e lançaram pacotes de farinha para protestar contra a utilização de fósforo pelas tropas norte-americanas em Fallujah.
Uma silhueta em cartão com a cara do Presidente norte- americano, George W. Bush, foi pendurada numa árvore com a inscrição "assassino".
Vários deputados da esquerda radical italiana apoiaram esta manifestação numa declaração conjunta.
"Os testemunhos de oficiais norte-americanos confirmam o inquérito da RAI (a televisão pública italiana) e colocam o comando norte-americano perante as suas terríveis responsabilidades", afirmaram.
"O regresso do contingente italiano não pode mais ser adiado", advertiram.