Pequim avisa Washington sobre Taiwan. Estados Unidos "não devem brincar com o fogo"

Depois de o secretário norte-americano da Defesa, Pete Hegseth, ter advertido este sábado, em Singapura, para uma “ameaça real” da China sobre o Indo-Pacífico, em particular Taiwan, o Governo de Pequim veio a pública com uma advertência própria: os Estados Unidos devem abster-se de usar este dossiê “como instrumento de negociação para conter” a ascensão chinesa e “não devem brincar com o fogo”.

Carlos Santos Neves - RTP /
“Os Estados Unidos não devem tentar utilizar a questão de Taiwan como um instrumento de negociação para conter a China” Tingshu Wang - Reuters

“Os Estados Unidos não devem tentar utilizar a questão de Taiwan como instrumento de negociação para conter a China e não devem brincar com o fogo”, redarguiu em comunicado o Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.Pequim tratou mesmo de apresentar um protesto oficial junto dos norte-americanos.


Ao intervir no fórum de segurança Diálogo de Shangri-La, em Singapura, o secretário da Defesa dos Estados Unidos acusou a China de se preparar "clara e credivelmente para utilizar potencialmente a força militar”, tendo em vista mudar “o equilíbrio de poder” no Indo-Pacífico.

Pete Hegseth diria mesmo que a China está “a ensaiar” todos os dias uma invasão de Taiwan.

O Governo chinês, que não se fez representar pelo seu ministro da Defesa naquele que é o maior fórum de segurança e defesa da Ásia, voltou a referir-se à “questão de Taiwan” como um “assunto interno” que dispensa interferência externa.

Em Singapura, Hegseth apontou ainda o dedo aos incidentes com navios chineses no Mar da China Meridional, para acusar Pequim de se “apoderar ilegalmente e militarizar” ilhas e ilhéus reivindicados, por exemplo, pelas Filipinas.Pequim acusa Washington de criar um “barril de pólvora” ao militarizar o Mar da China Meridional.

O Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros contrapõe que "nunca houve qualquer problema" de navegação naquela região.

A China, acrescenta, está “empenhada em preservar a sua soberania territorial e os seus direitos e interesses marítimos em conformidade com a lei”.

c/ agências
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