Pequim convoca embaixador japonês em protesto contra afirmações de líder nipónica sobre Taiwan
O ministério dos Negócios Estrangeiros chinês informou hoje que convocou o embaixador do Japão em Pequim após declarações recentes da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre Taiwan.
Este é o último episódio em torno de uma disputa que tem acrescentado tensão às relações bilaterais nos últimos dias.
Há muito tempo crítica fervorosa da China, Sanae Takaichi declarou na semana passada perante o Parlamento nipónico que ataques armados contra Taiwan poderiam justificar o envio de tropas japonesas para defender a ilha, ao abrigo do princípio de "defesa coletiva legítima", previsto numa lei aprovada em 2015.
Se uma situação de emergência em Taiwan implicar "o envio de navios de guerra e o uso da força, isso poderá constituir uma ameaça à sobrevivência do Japão, independentemente da forma como se encare a situação", afirmou a primeira-ministra japonesa, proveniente da ala mais conservadora do já de si conservador Partido Liberal Democrata, que chegou ao poder a 21 de outubro.
A China considera Taiwan uma província, que não conseguiu unificar com o resto do seu território desde o fim da guerra civil chinesa em 1949, mas não exclui o recurso à força para assumir o controlo da ilha.
"O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Sun Weidong, convocou na quinta-feira o embaixador do Japão na China, Kenji Kanasugi, para protestar veementemente contra as declarações e ações incorretas da primeira-ministra japonesa Sanae Takaichi sobre a China", informou hoje o ministério chinês em comunicado.
Na sequência das declarações de Sanae Takaichi, o cônsul-geral da China em Osaka, Xue Jian, defendeu, no último sábado num `post` na rede social X, que entretanto apagou, que o melhor seria "cortar essa cabeça suja sem a menor hesitação", sem especificar a quem se referia exatamente.
Xue não mencionou a primeira-ministra japonesa, mas citou um artigo de imprensa que relatava as declarações da governante japonesa.
A mensagem publicada pelo diplomata chinês foi "extremamente inadequada", considerou Minoru Kihara, porta-voz do Governo japonês.