Pequim dificulta acesso ao crédito para empresas poluidoras

por © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

O governo chinês anunciou hoje que irá dificultar a concessão de empréstimos bancários a indústrias poluidoras e de elevado consumo energético, no seguimento do plano quinquenal de corte de emissões.

"Os bancos devem realizar investigações rigorosas aos projectos propostos para conseguir empréstimos e estão proibidos de estender o crédito a novos projectos que não possuam uma avaliação ambiental adequada", disse a Administração Estatal de Protecção Ambiental (SEPA na sigla inglesa), através de uma nota na sua página de Internet.

Pan Yue, vice-administrador da SEPA, afirmou que vai entregar regularmente uma lista dos violadores das regras ambientais ao banco central e à Comissão Bancária Reguladora da China.

O organismo apresentou já uma lista negra com 30 empresas chinesas, que inclui metalúrgicas, farmacêuticas e indústrias de celuloses.

"O aumento dos custos de financiamento para as indústrias pesadas e o corte no recurso ao crédito para as empresas que violam a lei de forma grave, tornou-se um tópico urgente para conter o seu ímpeto investidor", lê-se ainda no comunicado.

No entanto, o objectivo de Pequim não se afigura fácil de cumprir, já que as firmas que consomem elevadas quantidades de energia na sua produção cresceram 20,1 por cento na primeira metade de 2007.

De acordo com dados da CNRD, o Ministério chinês responsável pela planificação económica, nos primeiros cinco meses de 2007, o consumo de energia cresceu 15,8 por cento, atingindo o valor mais elevado dos últimos três anos.

Segundo as metas do plano de cinco anos do governo chinês, em 2010 o consumo de energia por unidade de Produto Interno Bruto deveria baixar 20 por cento, mas em 2006 a China reduziu o consumo energético em apenas 1,23 por cento

A economia chinesa continua em rápido crescimento, fechando o primeiro semestre de 2007 a crescer 11,5 por cento, após uma expansão de 11,9 por cento no segundo trimestre, revelou a 19 de Julho o Instituto Nacional de Estatística (INE) da China.

"Vamos continuar a ajustar a estrutura industrial para mudar o padrão de crescimento e possibilitar à economia um crescimento saudável e rápido", disse na altura o porta-voz do INE, Li Xiaochao.

O responsável chinês identificou ainda como problemas que afectam a economia chinesa "o desequilíbrio no comércio internacional, a inflação no preço dos alimentos e a pressão para a conservação de energia e redução da poluição".

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