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Personalidades portuguesas assinam manifesto contra Bolsonaro

por RTP
Ricardo Moraes - Reuters

Várias personalidades políticas e culturais assinaram um manifesto contra Jair Bolsonaro, candidato de extrema-direita às presidenciais no Brasil. Entre os assinantes encontram-se Freitas do Amaral, Pinto Balsemão e Manuel Alegre.

Com a aproximação da data da segunda volta das presidenciais no Brasil, surgem manifestos contra o candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro. O manifesto assinado por quase 80 personalidades portuguesas pretende alertar para o facto de a candidatura de Bolsonaro representar um panorama de ditadura no Brasil.

O manifesto surge em solidariedade com a democracia e com os democratas do Brasil, frisando que o candidato promove uma cultura de ódio. Este é assinado por nomes como Pinto Balsemão, Eduardo Lourenço, Manuel Alegre, Freitas do Amaral e Pacheco Pereira.

Em entrevista à Antena 1, Freitas do Amaral, antigo Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, comentou que a candidatura de Jair Bolsonaro é um fenómeno “perigoso” e que é necessário alertar as pessoas para as consequências da sua vitória.

“A primeira condição para que ele seja combatido é que as pessoas estejam alerta, que as pessoas sejam ajudadas a identificar este fenómeno como as ditaduras de extrema-direita, que existiram nomeadamente na Europa entre as duas guerras e também na América Latina”, afirmou Freitas do Amaral.



Ao abordar as raízes do aparecimento de candidatos de extrema-direita e da consequente eleição dos mesmos, Freitas do Amaral refere que este tem causas políticas, económicas, sociais e psicológicas.

“Tem causas políticas: debilidade dos partidos democráticos. Tem causas económicas: má gestão das economias e aprofundamento do desemprego. Tem causas sociais: falta de esperança no futuro, marginalização de milhões de cidadãos. Tem causas psicológicas: o medo da imigração e das pessoas com culturas que não querem assimilar-se à cultura ocidental e democrata”, disse o antigo Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Eurodeputados e o manifesto contra fascismo

O manifesto assinado por personalidades portuguesas não é o primeiro a surgir contra o candidato brasileiro. Vários eurodeputados assinaram o “Manifesto Internacional contra o Fascismo no Brasil”, onde pretendem também alertar para a necessidade de salvar a democracia.

“Nós, mulheres e homens de várias partes do mundo comprometidos com a democracia e os direitos humanos, expressamos o mais profundo repúdio ao candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro, que disputa a segunda volta da eleição presidencial no Brasil no próximo 28 de outubro”, diz o manifesto, citado pela Lusa.

O deputado europeu Carlos Zorrinho explicou à Antena 1 o porquê de ter assinado o manifesto contra o fascismo no Brasil.

“O apelo fundamental que fazemos é no fundo aos eleitores brasileiros para fazerem uma escolha que seja contrária ao discurso do ódio, ao discurso radical, ao populismo, a práticas que não são as práticas tradicionais dos valores democráticos e que em algumas linhas, nomeadamente no discurso, passam mesmo alguma fronteira daquilo que é previsto na constituição brasileira”, afirmou Carlos Zorrinho.

A vitória de Bolsonaro nas sondagens

As sondagens publicadas esta segunda-feira pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) apontam para uma subida nas percentagens para o candidato de extrema-direita.

O estudo revela que Jair Bolsonaro lidera as sondagens, ao atingir 59 por cento das intenções de voto. Fernando Haddad, candidato do Partido dos Trabalhadores, conseguiria 41 por cento dos votos.

A segunda volta das presidenciais no Brasil decorre no dia 28 de outubro.
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