Petroleiro torpedeado. Irão ainda não aponta o dedo a ninguém

por RTP
Reuters

O presidente iraniano Hassan Rouhani declarou ontem que prossegue a investigação sobre os autores do ataque contra o petroleiro iraniano. Precisou apenas que não se tratou de uma pessoa ou grupo, e sim de um Estado.

O presidente iraniano, citado pelo diário israelita Jerusalem Post, afirmou que é ainda demasiado cedo para apurar com segurança quem, na sexta feira passada, disparou vários mísseis contra o petroleiro iraniano Sabiti ao largo da costa saudita. A única certeza, disse Rouhani, é que "um regime ajudado por certos Estados levou a cabo este [ataque] e estamos a estudar o incidente para apurar o que aconteceu".

Com esta declaração, distinguia implicitamente o ataque contra o petroleiro iraniano daqueles, levados a cabo por drones, contra duas refinarias sauditas. O Irão tinha negado qualquer envolvimento no ataque dos drones, que, por outro lado, fora reivindicado pelos rebeldes houthis, como resposta aos massacres cometidos pela aviação saudita na guerra do Iémen.

O presidente iraniano reiterou que existe uma gravação vídeo do ataque, feita a partir do próprio petroleiro. Essa gravação permitirá identificar a orientação dos disparos e, portanto, a sua origem. Vários mísseis terão sido disparados, dois dos quais atingindo o alvo.

Ainda sem apontar um dedo acusador à Arábia Saudita, Rouhani afirmou: "Não temos problemas em resolver questões regionais, inclusivamente com a Arábia Saudita. Mas alvejar o nosso navio no Mar Vermelho criou alguns problemas por agora".

No mesmo sentido que Rouhani, o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão negou que o ataque pudesse ter sido organizado por uma pessoa ou grupo, e afirmou que teve de ser um governo a organizá-lo. A isto acrescentou que, quem o fez, deve contar com consequências.

As autoridades sauditas também negaram que estivessem por trás do ataque ao petroleiro iraniano. Afirmaram além disso que tinham recebido um pedido de socorro do petroleiro em chamas e que se preparavam para dar-lhe assistência quando desapareceu o sinal do transponder que originara o pedido.
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