"Piratas estão aqui outra vez". Barcos de nova flotilha intercetados por militares israelitas
Um novo grupo de embarcações que tentava entregar ajuda à Faixa de Gaza, devastada pela guerra, foi intercetado pelas forças israelitas em águas internacionais esta quarta-feira, revelou a Coligação da Flotilha da Liberdade (FFC). Foi o segundo acontecimento do género nos últimos dias.
Another futile attempt to breach the legal naval blockade and enter a combat zone ended in nothing. The vessels and the passengers are transferred to an Israeli port. All the passengers are safe and in good health. The passengers are expected to be deported promptly.
— Israel Foreign Ministry (@IsraelMFA) October 8, 2025
"Mais uma tentativa inútil de violar o bloqueio naval legal e entrar numa zona de combate não resultou em nada", acrescentou o Ministério.
Coligação da Flotilha da Liberdade revelou na rede social X que "três barcos — o Gaza Sunbirds, o Alaa Al-Najjar e o Anas Al-Sharif — foram intercetados a 220 quilómetros da costa de Gaza" na manhã de quarta-feira.
The Israeli military has no legal jurisdiction over international waters. Our flotilla poses no harm. We carry vital aid worth over $110,000 USD in medicines, respiratory equipment, and nutritional supplies that were destined for Gaza's starving hospitals. Tag your politicians… pic.twitter.com/OUSNnUAOJi
— Global Sumud Flotilla (@GlobalSumud) October 8, 2025
A flotilha indicou que, às 3h38 (horário de Lisboa), oito navios militares israelitas cercaram os navios em águas internacionais e que pelo menos dois foram intercetados, sendo que, por volta das 4h00, também o veleiro Milad foi atacado e intercetado.Um navio, o Conscience, que transportava mais de 90 pessoas, incluindo jornalistas e médicos, foi também atacado por um helicóptero do exército israelita, enquanto a tripulação da embarcação Milad, foi "intercetada".
A Coligação da Flotilha da Liberdade acrescentou que as forças israelitas "sequestraram a frota humanitária", adiantando que os "navios foram intercetados ilegalmente... Os participantes — humanitários, médicos e jornalistas de todo o mundo — foram levados contra a sua vontade e estão a ser mantidos em condições desconhecidas".
The pirates are here again!
— Global Sumud Flotilla (@GlobalSumud) October 8, 2025
The Freedom Flotilla Coalition — including Thousand Madleens to Gaza and Conscience — is being kidnapped by the Zionist entity.
Happening now!🚨 pic.twitter.com/avi3ZWwpIa
"O exército israelita não tem jurisdição legal sobre as águas internacionais", sublinhou. "A nossa flotilha não representa nenhum perigo".
A organização denunciou ainda a perda de mantimentos essenciais transportados pelas embarcações, no valor de mais de 95 mil euros em medicamentos, equipamento respiratório e mantimentos destinados aos hospitais de Gaza.
The Israeli military has no legal jurisdiction over international waters. Our flotilla poses no harm. We carry vital aid worth over $110,000 USD in medicines, respiratory equipment, and nutritional supplies that were destined for Gaza's starving hospitals. Tag your politicians… pic.twitter.com/OUSNnUAOJi
— Global Sumud Flotilla (@GlobalSumud) October 8, 2025
A flotilha, com uma tripulação de cerca de 140 pessoas, já esperava que os navios fossem intercetados no Mediterrâneo, tal como aconteceu com a Global Flotilla Sumud, que zarpou quase um mês antes da Freedom Flotilla.Dos mais de 450 participantes da anterior flotilha Sumud, seis permaneciam detidos na terça-feira na prisão israelita de Ketziot.
A missão constitui uma nova tentativa de quebrar o cerco israelita a Gaza e criar um corredor humanitário para o enclave palestiniano.
As autoridades de Gaza afirmam que cerca de 67 mil pessoas foram mortas e o enclave palestiniano foi devastado pelos ataques israelitas desde o ataque de militantes palestinianos, a 7 de outubro de 2023.
Israel diz que 1.200 pessoas foram mortas e 251 levadas para Gaza como reféns no ataque do Hamas.