Plano de Acção tem de ser aplicado com "urgência e determinação" - UA
Lisboa, 09 Dez (Lusa) - O presidente em exercício da União Africana, John Kufuor, defendeu hoje no final da cimeira UE/África, em Lisboa, a "urgente e determinada" aplicação do Plano de Acção aprovado.
"Pretendemos a aplicação de forma urgente e com determinação do Plano de Acção aprovado pela cimeira, no âmbito na nova Parceria Estratégica entre os dois continentes", disse Kufuor, também Presidente do Gana, na conferência de imprensa que encerrou a cimeira.
O presidente em exercício da UA, a quem coube dar por encerrada a cimeira na sessão final, defendeu também que os encontros entre os dois continentes tenham um carácter mais regular.
"A globalização avança a tal ritmo que não vai ficar à espera dos mais lentos", esclareceu, acrescentando que a partir de agora, Europa e África, têm de encetar um processo de igual para igual em que todos sejam vencedores, a que os norte-americanos chamam "win-win".
Kufuor destacou como temas mais urgentes a paz e segurança, a boa governação, o respeito pelos direitos humanos, alterações climáticas, comércio e o desenvolvimento de infra-estruturas.
O presidente em exercício da UA disse ainda que "historicamente", a cimeira UE/África "marcou uma alteração radical entre a União Europeia e África".
Em resposta a uma questão da Agência Lusa sobre as garantias que a UA poderia dar quanto à boa governação e ao respeito pelos direitos humanos, Kufuor afirmou que "África não tem de dar quaisquer garantias" à Europa.
"Há diversos países africanos que estão a seguir a boa governação e o respeito pelos direitos humanos", destacou, acrescentando que essa opção e esse empenhamento são a melhor garantia que África "pode dar a si própria e aos outros".
O chefe de Estado do Gana lembrou também que a NEPAD (Nova Parceria Africana para o Desenvolvimento) possui um mecanismo de fiscalização para a boa governação e respeito pelos direitos humanos.
"Defendemos a maior transparência neste processo", insistiu, destacando que num mundo globalizado em que vivemos, "tudo se sabe".
Quanto ao respeito pelos direitos humanos, nomeadamente no Zimbabué, Kufuor disse que o tema foi discutido na cimeira e a UA vai continuar a promover o diálogo encetado pela SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) para ajudar o país na construção da democracia.
Contudo, sublinhou que "a solução tem de ser interna e não pode vir de fora".
Relativamente ao problema Darfur, John Kufuor admitiu que África "não dispõe dos recursos necessários para resolver o conflito".
"A África precisa do apoio da comunidade internacional" para restabelecer a paz e a segurança naquela região do Sudão.