O presidente do parlamento basco, Juan Maria Atutxa, entrega sexta-feira ao presidente do Congresso dos deputados, Manuel Marin, uma cópia do texto, aprovado a 30 de Dezembro pelo parlamento basco.

Com este gesto, inicia-se o processo formal para a discussão da "Proposta de Estatuto da Comunidade de Euskadi" [Basca], "baptizada" com o apelido do seu ideólogo, o presidente do Governo regional basco, Juan José Ibarretxe.

Ibarrexte é recebido um dia antes, na quinta-feira, pelo primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, que já adiantou que vai dizer ao "lehendakari" que o seu plano é "inaceitável por inúmeras razões".

Zapatero reúne-se depois, na sexta-feira, com o líder do Partido Popular (PP), maior partido da oposição, Mariano Rajoy, a quem informará da reunião com Ibarretxe e com quem discutirá a forma de travar a proposta de soberania basca.

O PP propôs aos socialistas, no Governo, um pacto de Estado para as reformas estatutárias e da Constituição, que Rajoy deverá levar a Zapatero, e falou em impugnar o plano levando-o ao Tribunal Constitucional.

O PSOE já disse, no entanto, que não haverá pacto com o PP neste caso e defende, a partir do momento em que o plano foi aprovado pelo Parlamento basco, que este deve ser admitido a discussão no Congresso.

Uma sondagem divulgada domingo mostra que quase metade (49,5 por cento) dos espanhóis defendem acordos parlamentares entre PSOE e PP para derrotar o plano Ibarretxe, que é rejeitado pela maioria (68,8 por cento) dos espanhóis.

O plano também é rejeitado no país basco, segundo duas sondagens publicadas hoje, por uma maioria relativa - 36,1 por cento dos entrevistados, segundo uma dessas sondagens, e 42,3 por cento segundo outra - e apoiado por 34,2 por cento, nos resultados da primeira sondagem, ou 39 por cento, na segunda.

Recorde-se que o governo socialista de José Luis Zapatero vai enfrentar a reforma do Estatuto do país basco sem uma maioria absoluta no Congresso espanhol.

A maioria dos partidos com representação parlamentar no Congresso rejeita a proposta de Ibarretxe, com excepção para a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) que anunciou já que apoia o plano e pretende votar a favor.