Platini detido para interrogatório por suspeita de corrupção na atribuição do Mundial de 2022

por RTP
Pierre Albouy - Reuters

O ex-presidente da UEFA, Michel Platini, foi detido em França, no âmbito de um inquérito sobre suspeitas de corrupção pela atribuição do Mundial de 2022 ao Qatar.

O ex-líder da UEFA foi levado pelas autoridades para as instalações do Gabinete Central de luta contra a corrupção e infrações financeiras e fiscais (OCLCIFF), o qual tem estado a investigar alegações de que o processo de atribuição da fase final ao país árabe não terá sido lícito.

Em causa estão crimes de corrupção, associação criminosa e tráfico de influências.

A investigação centra-se numa reunião, realizada em 23 de novembro de 2010, entre o então presidente francês Nicolas Sarkozy e o príncipe herdeiro do Qatar e atual emir, Tamim bin Hamada al-Thani, na qual também participou Platini, à data presidente da UEFA e vice-presidente da FIFA.

Líder da UEFA entre 2007 e 2015, Platini foi em 2015 banido pelo Comité de Ética da FIFA, pese embora sempre tenha negado qualquer tipo de irregularidade.

O antigo secretário-geral do Eliseu durante a presidência de François Sarkozy em França, Claude Guéant, também foi ouvido neste caso, enquanto "suspeito livre", segundo revela o jornal online francês de investigação "Mediapart".

O Qatar foi nomeado anfitrião do Mundial 2022 em dezembro de 2010, ano em que Platini ainda exercia funções como presidente da União das Associações Europeias de Futebol (UEFA).

Platini tinha sido suspenso de todas as atividades ligadas ao futebol em maio de 2016, na sequência escândalo motivado pelo recebimento de 1,8 milhões de euros em 2011, por alegado trabalho de consultadoria, sem contrato escrito, pedido por Joseph Blatter, que era presidente da FIFA naquela data.
Platini nega ter cometido qualquer ilegalidade
O antigo presidente da UEFA recusou a ideia de ter cometido qualquer ilegalidade.

"(Platini) não têm rigorosamente nada com que se recriminar e é totalmente alheio a factos que o ultrapassam. Exprimiu-se de forma serena, respondendo a todas as perguntas que lhe foram feitas pelos investigadores", refere um comunicado divulgado pela assessoria do antigo futebolista internacional francês.

De acordo com o documento, Platini foi "ouvido pelos investigadores como testemunha, num quadro que o impede de contactar com outras pessoas envolvidas no processo".

C/ Lusa
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