PM realça custo de não haver acordo comercial entre UE e Mercosul e defende aliança para a transição energética

por RTP

O primeiro-ministro português realçou, na cimeira ibero-americana, que o maior custo para todos é o de não haver um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, um custo maior do que qualquer custo decorrente de um acordo. O primeiro-ministro, António Costa, anunciou ainda que Portugal tomou a iniciativa de constituir um fundo, que arranca com um milhão de euros, para a cooperação entre a comunidade ibero-americana e a CPLP.

Num discurso na 28.ª Cimeira Ibero-Americana, em Santo Domingo, República Dominicana, António Costa saudou "a adesão como observador da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa [CPLP] à comunidade ibero-americana".

O primeiro-ministro considerou que este "é um passo muito importante" e referiu que "a comunidade ibero-americana já era observador no espaço da CPLP".

"E juntos podemos fazer mais. E é por isso que Portugal tomou a iniciativa de constituir um fundo para a cooperação entre a cimeira ibero-americana e a CPLP, que arrancamos desde já com um milhão de euros, de forma a estreitar a cooperação entre estas duas organizações", acrescentou.

António Costa chamou a atenção para as vantagens de uma aliança com para a transição energética, lembrando que o hidrogénio verde pode seguir da América Latina de barco até Portugal e daí seguir para a Europa pelo pipeline que vai ser construído.

O chefe do executivo português elegeu como essenciais outras dimensões como a de reforço das instituições multilaterais, como as Nações Unidas, pedindo apoio para o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo secretário-geral António Guterres.

Por outro lado, considera que o Oceano que separa os dois continentes deve ser um fator que faz a diferença, realçando que é uma fonte de recursos que está por descobrir e explorar.

Nesta cimeira, que tem como lema "Juntos por uma Ibero-América justa e sustentável", estão representados ao mais alto nível 13 dos 22 países da comunidade ibero-americana.

Estão presentes em Santo Domingo os chefes de Estado do Equador, que acolherá a próxima cimeira, Espanha, Portugal, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Honduras, Paraguai e Uruguai, além do país anfitrião, República Dominicana, e também os chefes dos governos português e espanhol.
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