Polícia chamada a investigar ataque cibernético ao sistema eleitoral do Brasil

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro informou que pediu à Polícia Federal uma investigação ao ataque cibernético contra o sistema informático da entidade, que atrasou o apuramento da votação municipal de domingo.

Lusa /
O tribunal pediu ajuda à polícia para investigar um presumível ataque cibernético ao sistema eleitoral do Brasil EPA

O juiz Luis Roberto Barroso afirmou que os sistemas informáticos do tribunal registaram na manhã de domingo 436 mil tentativas de acesso por segundo, num claro ataque de redes mundiais de pirataria cibernética para tentar derrubar o sistema.

De acordo com o presidente do TSE, os ataques em massa foram provenientes de Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia, mas frisou que as investidas não conseguiram ultrapassar as barreiras de segurança do sistema de informática do tribunal.

"O ataque não conseguiu romper as nossas barreiras e foi devidamente repelido pelos nossos mecanismos de segurança", declarou Barroso.

No entanto, o ataque levou a um problema técnico num dos núcleos do supercomputador do sistema eleitoral, o que acabou por causar um atraso na contagem dos votos e na divulgação do escrutínio das eleições municipais de domingo, nas quais quase 148 milhões de eleitores brasileiros foram chamados a renovar os autarcas das 5.567 cidades do país.

Barroso disse ter pedido à Polícia Federal a abertura de uma investigação ao ciberataque, para tentar identificar os seus autores e apurar se têm ligações com os grupos de piratas informáticos que bloquearam este mês o sistema do Superior Tribunal de Justiça.

Ao ser questionado sobre a demora do TSE em divulgar ao resultado das eleições no domingo, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, voltou a questionar a segurança do sistema de votação eletrónica do país e defendeu o regresso ao voto em papel.

O Chefe de Estado da extrema-direita é um crítico de longa data do voto eletrónico e já denunciou fraudes em diferentes eleições, mas nunca apresentou indícios ou provas das suas acusações.
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