Polícia de Hong Kong usa balas de borracha contra manifestantes antigovernamentais

por Lusa
Reuters

A polícia de Hong Kong usou hoje balas de borracha contra os manifestantes antigovernamentais que ainda permaneciam nas ruas daquele território, depois de um novo grande protesto, segundo a agência noticiosa France Presse (AFP).

A agência francesa também está a noticiar, citando um `media` local, que um grupo de homens encapuzados, armados com bastões, atacou os manifestantes.

De acordo com imagens divulgadas por um `media` local, homens encapuzados, vestidos de branco e munidos de bastões, investiram contra a multidão.

Estes incidentes ocorreram numa estação ferroviária na zona noroeste da cidade de Hong Kong, no distrito de Yuen Long, perto da fronteira chinesa.

Um jornalista do jornal Stand News estava a transmitir em direto estes incidentes na rede social Facebook.

Momentos antes, um jornalista da AFP no local tinha relatado que elementos da polícia antimotim de Hong Kong, equipados com máscaras de gás e escudos, tinham recorrido a gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, que começaram a fugir em várias direções.

Também há relatos que os manifestantes grafitaram e lançaram ovos contra a fachada do edifício do gabinete de ligação do Governo chinês em Hong Kong.

Quase meio milhão de pessoas desfilou hoje nas ruas de Hong Kong contra as emendas na lei da extradição e a exigir um inquérito independente sobre a atuação da polícia.

O número de 430 mil manifestantes foi avançado pela Frente Cívica de Direitos Humanos na aplicação de mensagens instantâneas Telegram, naquela que foi a terceira grande manifestação promovida pelo movimento.

A primeira, a 09 de junho, terá juntado um milhão de pessoas. A segunda, a 16 de junho, dois milhões, números que foram sempre contestados pelas autoridades de Hong Kong, que apontaram sempre para uma adesão mais reduzida.

A contestação nas ruas, iniciada contra um projeto de alteração, entretanto suspenso, à lei da extradição, generalizou-se e denuncia agora o que os manifestantes afirmam ser uma "erosão das liberdades" neste território, uma antiga colónia britânica que é atualmente uma região administrativa da China.

A chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, admitiu que a lei estava "morta", sem conseguir convencer os líderes dos protestos.

Apresentadas em fevereiro, as alterações permitiriam ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial chinesa a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

Os defensores da lei argumentam que, caso se mantenha a impossibilidade de extraditar suspeitos de crimes para países como a China, tal poderá transformar Hong Kong num "refúgio para criminosos internacionais".

Já os manifestantes dizem temer que Hong Kong fique à mercê do sistema judicial chinês como qualquer outra cidade da China continental e de uma justiça politizada que não garanta a salvaguarda dos direitos humanos.

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