As forças de segurança de França detiveram 25 pessoas no âmbito de investigações sobre uma onda de "65 incidentes" registados nas prisões francesas, incluindo carros incendiados e tiroteios.
Os suspeitos foram detidos na segunda-feira, na sequência de uma operação policial nas províncias de Bordéus, Marselha, Lyon e na região de Paris.
As autoridades, que acreditam que os ataques foram levados a cabo por um grupo autointitulado Defesa dos Direitos dos Prisioneiros Franceses (DDPF), retiraram das prisões cinco prisioneiros considerados os principais instigadores dos ataques e colocaram-nos sob custódia policial.
De acordo com a emissora FranceInfo, um deles é um homem de 22 anos, atualmente detido em Avignon, é considerado um membro-chave da máfia DZ, enquanto pelo menos outros três admitiram pertencer a esta organização criminosa, com sede em Marselha.
Questionado sobre o grupo DZ, o ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, afirmou: "cabe à investigação judicial demonstrar que os 'gangues' de tráfico - este é um, mas há outros - estão a tentar intimidar-nos".
Em entrevista à emissora TF1, Darmanin afirmou que "os franceses também devem estar calmos com o que está a acontecer", alegando que os ataques se devem ao facto de grupos crimininosos "não quererem a lei anti-droga que estamos a apresentar".
O ministro defendeu que a proposta estabelece "um regime prisional que será muito duro, como foi o caso da máfia em Itália, com prisões de segurança que não existiam antes, para os isolar do resto da sociedade".
As detenções ocorreram depois de a Procuradoria Nacional Antiterrorismo (PNAT) francesa ter aberto uma investigação sobre "associação terrorista para cometer um crime" e "tentativa de homicídio em ligação com um empreendimento terrorista".
Em 23 de abril, o ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, defendeu que os "65 incidentes" no espaço de dez dias foram "indubitavelmente coordenados".