Polícia do Peru detém alegado mentor de homicídio de três mulheres na Argentina

O Governo argentino anunciou a detenção, no Peru do alegado mentor de um triplo feminicídio na Argentina, um caso que as autoridades dizem estar ligado ao tráfico de droga e que chocou o país.

Lusa /

"Gostaria de felicitar a Polícia Nacional Peruana pelo imenso trabalho e colaboração na captura dos dois fugitivos do triplo crime", incluindo o alegado mentor, Tony Janzen Valverde Victoriano, conhecido como `Little J`, disse na terça-feira a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, na rede social X.

Com cerca de 20 anos, o peruano `Little J` é suspeito de ser um traficante que realizava as atividades criminosas em Zavaleta, um bairro pobre a sul da capital argentina, Buenos Aires.

As autoridades da Argentina tinham pedido a emissão de um mandado internacional de detenção do peruano.

Bullrich anunciou ainda a detenção, também no Peru, de outro suspeito, Matias Ozorio. Com cerca de 23 anos, seria o braço direito de `Little J`, segundo os meios de comunicação locais, citando fontes próximas da investigação.

Nove pessoas foram detidas até ao momento em ligação com este caso, incluindo um peruano de 41 anos capturado na Bolívia.

O caso foi classificado pelo Ministério Público argentino como homicídio qualificado, premeditado por duas ou mais pessoas e cometido com dolo, premeditação e crueldade, e como violência de género.

Os corpos de Morena Verdi e Brenda del Castillo, duas primas de 20 anos, e Lara Gutiérrez, de 15, foram encontrados em 24 de setembro, enterrados perto de uma casa nos subúbrios a sul de Buenos Aires, cinco dias depois de desaparecerem.

De acordo com o ministro da Segurança Provincial, Javier Alonso, as jovens pensavam que iriam participar numa festa, mas, antes de serem mortas, foram submetidas a uma sessão de tortura que terá sido assistida, em direto, por 45 membros de uma grupo numa rede social.

Alonso afirmou que a tortura e morte das jovens teve como objetivo "fortalecer a liderança" do líder do grupo criminoso dedicado ao tráfico de droga, "que ultrapassa as fronteiras da Argentina".

As três vítimas, uma das quais era mãe de um bebé, viviam num bairro carenciado nos arredores da capital argentina.

No sábado, milhares de pessoas manifestaram-se em Buenos Aires para exigir justiça após o triplo assassínio que chocou o país.

"Foi um narcofeminicídio!" e "As nossas vidas não são descartáveis!", lia-se em cartazes e faixas. A marcha foi convocada pela influente organização "Ni una menos", que luta contra a violência de género.

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