Polícia investiga negócios de filho mais novo de Bolsonaro

A Polícia Federal do Brasil abriu um inquérito para investigar negócios feitos por Jair Renan, filho mais novo do chefe de Estado, Jair Bolsonaro, noticiou a imprensa local.

Lusa /
Jair Renan está na mira da polícia brasileira Ueslei Marcelino - Reuters

A investigação é focada numa empresa de Renan Bolsonaro e a sua atuação junto ao governo federal, segundo os jornais Folha de S.Paulo e Globo, que tiveram acesso à informação.

O inquérito foi aberto a pedido do Ministério Público Federal após a denúncia de possível tráfico de influências e branqueamento de capitais feita por parlamentares de oposição ao governo.

Em dezembro último, o deputado brasileiro Ivan Valente, do Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL), pediu que a Procuradoria-Geral da República iniciasse uma investigação sobre o negócio de Jair Renan. Segundo a denuncia, uma produtora fez trabalhos de forma gratuita para a companhia do filho do presidente, de apenas 22 anos.

A Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, empresa de Jair Renan, foi criada no final do ano passado e a festa de inauguração do escritório, que ocupa uma sala no estádio Mané Garrincha, em Brasília, teve cobertura fotográfica e de vídeo feita gratuitamente por essa produtora que prestava serviços ao governo federal.

A produtora em causa tem contratos com o governo e, nos últimos dois anos, desde que Bolsonaro está no poder, fez várias produções para os Ministérios do Turismo, Educação e Saúde e para a própria Presidência, mas esclareceu que também trabalha com outros clientes, incluindo de âmbito privado.

Em novembro do ano passado, segundo a denúncia, Renan Bolsonaro teria ainda atuado para que um dos seus patrocinadores conseguisse duas reuniões no Ministério do Desenvolvimento Regional para falar sobre um projeto de construção.

O filho de Bolsonaro e o sócio, Allan Lucena, ganharam um carro elétrico desse seu patrocinador cerca de um mês antes de intermediar a reunião, de acordo com a imprensa local, que indicou que o veículo é avaliado em 90 mil reais (13.400 euros, no câmbio atual).

A Polícia Federal tem agora 30 dias para fazer as primeiras diligências e entregar um relatório com as conclusões ao Ministério Público Federal.

Tópicos
PUB