Polícia timorense apreende munições usadas provenientes dos Estados Unidos

A Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) apreendeu munições usadas, acondicionadas em três bidões, importadas para o país dos Estados Unidos por uma empresa internacional, disse hoje o porta-voz da polícia.

Lusa /

"Os três bidões continham munições já usadas, não se trata de munições novas. Este material velho foi apreendido no porto de Tibar", declarou o superintendente-chefe João Belo dos Reis aos jornalistas.

Numa conferência de imprensa no Comando-Geral da Polícia, em Díli, o porta-voz explicou que, ao detetar a presença das munições, a PNTL devolveu imediatamente o material para dentro do contentor, selou-o e delimitou a área com fita de segurança.

A polícia identificou uma empresa internacional como responsável pela entrada do material.

"Estamos a investigar qual é a empresa que introduziu este material. Significa que estamos a recolher dados e a fazer o rastreio das suas atividades comerciais", afirmou João Belo dos Reis.

A empresa em causa, que está localizada em Tibar, importa alegadamente material com o objetivo de reciclagem e comércio de metais pesados, como sucata de veículos, motores e outros objetos metálicos.

"Estamos também a trabalhar com os nossos parceiros internacionais para determinar exatamente que tipo de material é este, como foi utilizado, e se representa perigo para o país. Por isso, a investigação está em curso e será remetida ao tribunal", explicou o responsável.

Questionado sobre a origem das munições, o porta-voz confirmou que, segundo a documentação obtida pelas autoridades, o material veio dos Estados Unidos da América, tendo transitado por Singapura antes de chegar a Timor-Leste.

Quanto ao objetivo da entrada das munições no país, João Belo dos Reis explicou que a empresa terá alegado pretender extrair metais valiosos (como chumbo ou cobre) para fins comerciais. Contudo, a investigação ainda decorre.

"Não se trata de armas ativas, mas sim de munições usadas e inativas. São munições que já foram disparadas, ou seja, cartuchos vazios ou danificados, segundo a declaração da empresa", afirmou o porta-voz.

O superintendente-chefe reconheceu que esta é a primeira vez que as autoridades timorenses detetam uma empresa internacional a importar munições usadas para Timor-Leste.

Nesse sentido, apelou às autoridades competentes para que coloquem forças policiais permanentes no porto de Tibar.

"Nós, enquanto autoridades de segurança, já solicitámos há muito tempo o destacamento de uma equipa da polícia para o Porto de Tibar, para garantir que toda a carga e documentação que entra no país seja devidamente fiscalizada", referiu.

O porta-voz sublinhou ainda que a presença da polícia é crucial para garantir que todas as mercadorias que entram e saem do país sejam inspecionadas por `scanner`, de forma a identificar eventuais materiais perigosos, bens proibidos ou outras cargas ilegais.

"Quando um carregamento não cumpre com a lei, as autoridades devem intervir de imediato", concluiu João Belo dos Reis.

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