"Por qué no te callas?" de Juan Carlos a Chávez torna-se êxito em toques para telemóvel
Madrid, 20 Nov (Lusa) - Cerca de 500 mil pessoas fizeram já o "download" de um toque para telemóvel relacionado com a polémica entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o rei de Espanha, Juan Carlos, noticiou o jornal El País.
O toque, que emite digitalmente a expressão "Por qué no te callas?" ("Por que não te calas?"), que o monarca dirigiu ao chefe de Estado venezuelano, tornou-se já um êxito em Espanha, gerando lucros à volta de 1,5 milhões de euros, segundo uma estimativa do diário espanhol e da BBC.
O som é vendido tanto na versão original, com a voz de Juan Carlos, como com a voz de actores contratados, o que evita questões de direitos de autor.
Além de toques para telemóveis, t-shirts e canecas com a frase do monarca estão a tornar-se um negócio lucrativo e as imagens do incidente têm sido um êxito no "site" de vídeos YouTube.com.
Também na Venezuela as t-shirts e os toques para telemóvel alusivos à contenda começaram a circular, num protesto contra as reformas constitucionais pretendidas por Chávez.
O incidente ocorreu no encerramento da Cimeira Ibero-Americana, a 11 de Novembro, no Chile, quando Hugo Chávez se referiu várias vezes ao ex-primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar como "fascista", acusando-o de apoiar o golpe de Estado que o afastou temporariamente do poder, em Abril de 2002.
O actual chefe de Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, defendeu o seu antecessor e pediu respeito para quem foi "eleito democraticamente", sendo interrompido várias vezes por comentários de Chávez.
O rei Juan Carlos interpôs-se então, interpelando directamente o presidente venezuelano: "Por qué no te callas?".
Já em Caracas, no regresso da cimeira, Chávez comentou a situação, afirmando que o rei de Espanha teve sorte.
"O certo, é que eu não o ouvi. Teve sorte senhor Juan Carlos. Não sei o que lhe teria dito", afirmou então o presidente da Venezuela.
Posteriormente, Chávez anunciou que decidiu fazer uma "profunda reflexão" sobre as relações bilaterais com Espanha na sequência do incidente ocorrido com o rei Juan Carlos.