Porta-aviões chinês atravessa Estreito de Taiwan

por Lusa
Reuters

O Ministério da Defesa taiwanês anunciou que o porta-aviões Shandong esteve entre os navios de guerra chineses que hoje atravessaram o Estreito de Taiwan.

"Uma flotilha do EPL (Exército Popular de Libertação) de três navios, liderada pelo porta-aviões Shandong, atravessou o Estreito de Taiwan cerca do meio-dia de hoje", disse o ministério em comunicado, citado pela agência France-Presse.

Os navios encontravam-se "a oeste da linha mediana em direção ao norte", acrescenta a mesma nota, numa referência àquela fronteira invisível situada no meio do estreito, traçada unilateralmente pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria e que Pequim se recusa a reconhecer.

Embora a presença de navios de guerra chineses no Estreito de Taiwan seja frequentemente vigiada e motivo de anúncios quase diários por Taipé, a passagem do porta-aviões Shandong não é habitual.

Segundo o Ministério da Defesa taiwanês, as forças armadas "vigiaram a situação e destacaram aviões (de patrulha aérea civil), navios da marinha e sistemas mísseis terrestres para responder a essas atividades.

Já antes o Ministério da Defesa de Taiwan tinha anunciado ter detetado hoje 33 caças e dez navios de guerra do exército chinês nas proximidades da ilha.

A escalada das tensões na região começou, em agosto passado, com a viagem à ilha da então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos Nancy Pelosi, e agravou-se depois da visita da líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, aos EUA, onde se reuniu com vários congressistas norte-americanos, apesar dos avisos de Pequim.

A China e Taiwan vivem autonomamente desde 1949, quando o governo nacionalista da então República da China se refugiou na ilha, depois da vitória do Partido Comunista Chinês na guerra civil.

O regime de Pequim considera Taiwan uma província rebelde e ameaça tomá-la pela força se a ilha, com cerca de 24 milhões de habitantes, declarar formalmente a independência.

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